Abriu a maior biblioteca municipal de Lisboa
A biblioteca encheu-se de moradores que não quiseram faltar à abertura de um equipamento há muito aguardado no bairro.
A placa, que assinalou o momento das inauguração, foi descerrada por Fernando Medina, pelo Ministro da Educação, pela vereadora Catarina Vaz Pinto, pelo Secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado e pelo presidente da junta de freguesia de Marvila Belarmino Silva.
A animação do espaço esteve a cargo do Chapitô, vários clowns - vestidos de mulheres-palhaço, ou tetés - andaram pelo espaço interagindo com os visitantes e criando vários momentos circenses ao som de música que invocava o ambiente de circo e de celebração de um dia feliz. À entrada acolheram todos os visitantes, com um breve espetáculo e fizeram de mestres de cerimónia ao longo de toda a inauguração.
O auditório com capacidade para cerca de 200 pessoas encheu-se para um momento de discursos.
A vereadora da cultura começou por agradecer a presença dos moradores e das entidades presentes, com destaque para a "mãe" das bibliotecas municipais, Maria José Moura. "Hoje no século XXI as bibliotecas já não são apenas um local de leitura, são um espaço de acesso à cultura, ao mundo e ao conhecimento. Espaços da cidadania ativa", disse Catarina Vaz Pinto, num discurso virado para a comunidade e de convite à fruição deste espaço, onde também fez referência aos vários momentos de levantamento deste projeto. "Contamos com todos", terminou Catarina Vaz Pinto.
Seguiu-se o discurso de Belarmino Silva, presidente da junta de freguesia, dizendo que a nova biblioteca não é só para Marvila mas para a cidade e para todos os que vierem a Marvila para a visitarem. Agradeceu também a Fernando Medina o esforço colocado na valorização desta zona da cidade.
O arquiteto Hestnes Ferreira, filho do escritor José Gomes Ferreira, cuja parte do espólio fica sediado nesta biblioteca, e que assinou o projeto da nova biblioteca agradeceu à CML toda a colaboração e empenho em levar este projeto por diante.
Fernando Medina encerrou os discursos dizendo que hoje nasce um dos principais equipamentos da cidade, que torna Marvila num dos centros mais importantes da cultura da cidade. "Este projeto é hoje entregue a toda a população do bairro e da cidade e simboliza a forte aposta da CML na valorização da zona oriental da cidade, uma das grandes prioridades do futuro da cidade de Lisboa", disse o presidente da câmara. Referindo-se à gestão da Carris pela CML, Fernando Medina referiu que será criada em Marvila a primeira linha de bairro, uma linha de autocarro que percorra os principais lugares da freguesia de forma acessível e regular, reiterando os descontos previstos para os idosos e a gratuitidade para os jovens até aos 12 anos. Acrescentou ainda o empenhamento do município na construção do Hospital de Todos os Santos na zona oriental da freguesia, um projeto em que a autarquia está totalmente empenhada. "Uma biblioteca moderna é um espaço vivo de aprendizagem, de partilha e de conhecimento. Não há maior alegria que a de sabermos que existe uma participação ativa de todos os agentes da freguesia em tornar esta biblioteca num centro ativo ao serviço de toda a comunidade". Terminou com o agradecimento à Junta de Freguesia e aos vários serviços da CML envolvidos no projeto.
Seguiu-se uma visita às instalações da biblioteca mais uma vez acompanhada pelas "tetés" do Chapitô.
A Biblioteca de Marvila surge no contexto da implementação do Programa Biblioteca XXI, um programa estratégico criado em 2011 que propõe uma nova visão para a Rede de Bibliotecas de Lisboa. Para além de espaços de acesso ao livro e à leitura, as novas bibliotecas promovem o acesso à cultura e ao conhecimento através dos vários suportes tecnológicos disponíveis, assumindo simultaneamente um papel catalisador e de liderança nas comunidades locais, contribuindo para que estas se tornem comunidades baseadas no conhecimento e no exercício ativo da cidadania. As bibliotecas do séc XXI são assim espaços de Cultura, espaços de Aprendizagem e espaços da Comunidade.
Construída de raiz em Marvila, esta biblioteca intervém num território muito variado em termos culturais, com uma forte marca industrial e rural, com uma população extremamente jovem, num momento em que a relação deste bairro se redefine no contexto da cidade.
Constituída por dois edifícios, um construído de raiz e um segundo recuperado, o edifício da Quinta das Fontes, a Biblioteca de Marvila ocupa uma área de 2600m2, cujo epicentro integra o Lagar de Azeite, elemento de memória e de descoberta na biblioteca e envolvente. O projeto é da autoria do arquiteto Hestnes Ferreira.
A relação do arquiteto Hestnes Ferreira com a Biblioteca de Marvila não se esgota no projecto de arquitetura: no edifício recuperado foi constituído o Espaço José Gomes Ferreira, de quem é filho. Nesse espaço, dedicado à descoberta e conhecimento do autor, estarão alguns objetos pessoais, a secretária onde escrevia, bem como a sua biblioteca particular.