Cultura

Câmara lamenta profundamente a morte de Celeste Rodrigues

A Câmara de Lisboa lamenta profundamente a morte da fadista Celeste Rodrigues e dirige a todos os familiares e amigos as mais sinceras condolências.


Celeste Rodrigues faleceu esta quarta-feira, 1 de agosto, aos 95 anos.

Era mais nova três anos que Amália e o fado também lhe corria nas veias. Lisboa era a cidade da sua vida, apesar de nascida no Fundão em 1923. E é essa mesma Lisboa que chora a morte da fadista, lembrando-a com saudade “na esquina da minha rua”. Como na canção.

Celeste Rodrigues estreou-se como fadista profissional em Lisboa em 1945, ingressando depois numa companhia teatral rumo ao Brasil, com a irmã, Amália Rodrigues. De regresso a Portugal, foi a primeira artista portuguesa a atuar nas emissões experimentais da RTP, que nessa altura começava a difundir. Fez televisão em muitos outros países, dos Estados Unidos ao Japão, do Brasil a França. Foi também convidada a gravar para a BBC, em Londres.

Ao longo de mais de sete décadas, concretiza uma carreira de sucesso, que a levou das casas típicas de fado em Lisboa, à rádio e TV e aos palcos de dezenas de países. Participou em mais de 60 discos, destacando-se entre os seus temas mais populares “A lenda das algas”, “Saudade, vai-te embora” e “O Fado das Queixas”.

Em 2010, estreia “Fado Celeste”, o documentário sobre a sua vida, realizado pelo neto Diogo Varela Silva. Também nesse ano, a fadista recebe a Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro, atribuída pela Câmara de Lisboa. Dois anos mais tarde, é distinguida com o grau de Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República.

Celeste Rodrigues continuava a atuar com regularidade em casas de fado de Lisboa, sobretudo na Parreirinha de Alfama. E não tinha medo de juntar a sua voz às vozes da nova geração. Há poucos anos num espetáculo em sua homenagem, que assinalou os seus 65 anos de carreira, cantou no Teatro São Luiz, com Camané, Fábia Rebordão, Hélder Moutinho, Jorge Fernando, Mafalda Arnauth, Raquel Tavares, Ricardo Ribeiro, além de Tim e Zé Pedro dos Xutos & Pontapés.