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Júlio Pomar recebe medalha da cidade de Lisboa

Fernando Medina entregou Medalha Municipal de Honra ao artista Júlio Pomar.


Júlio Pomar recebeu pelas mãos do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, a Medalha Municipal de Honra, numa cerimónia que teve lugar no dia 5 de maio no Atelier-Museu Júlio Pomar e que contou com a presença da vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, da diretora do museu, Sara Matos, da curadora Catarina Rosendo e outras individualidades.

A Câmara Municipal de Lisboa deliberou, por unanimidade, atribuir esta distinção a Júlio Pomar considerando a importância dos setenta anos de carreira e a vasta obra realizada para a cidade de Lisboa onde nasceu, vive e trabalha. E como testemunho do reconhecimento pela importância da sua obra em Portugal e no estrangeiro.

A Medalha Municipal de Honra destina-se a galardoar pessoas de reconhecido mérito que tenham prestado à Cidade de Lisboa serviços de excecional relevância, outorgando ao agraciado o título de «Cidadão de Honra de Lisboa».
“Duas palavras apenas, ao fechar de olhar, daquilo que não se fez…sou um estragador de situações. Quando pensamos que tudo nos corre bem, tudo nos escapa, quando pensamos que tudo nos corre mal, tudo nos escapa. Esse é o sentido de que as coisas estão em aberto, perdoem-me o otimismo”. Referiu o artista ao receber a sua distinção.

Na ocasião, o artista plástico, inaugurou a exposição -“Artes Decorativas, apenas? Júlio Pomar e a Integração das Artes”, comissariada por Catarina Rosendo e que irá estar patente até dia 4 de setembro. A mostra apresenta uma faceta, até agora por trabalhar na sua obra, relacionada com as artes decorativas, as colaborações com a indústria e projetos de arquitetura, tendo por mote a intenção de explorar a dimensão utilitária da arte, disseminando-a pelo quotidiano das pessoas.

Para além de incluir uma seleção das tapeçarias, gravuras e azulejos mais conhecidos de Júlio Pomar, dá um particular destaque ao período compreendido entre meados da década de 1940 e a segunda metade dos anos 1950, altura em que o artista desenvolveu diversas experiências em cerâmica e vidro na fábrica Cerâmica Bombarrelense Limitada, no Estúdio Secla (Caldas da Rainha) e na Fábrica Irmãos Stephens (Marinha Grande), de que resultaram objetos únicos de grande qualidade plástica e vocacionados para o uso doméstico como pratos, travessas e jarras que nunca, ou pontualmente, foram mostrados em público.

 

Sobre o artista Júlio Pomar

Nasceu em 1926 em Lisboa. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas-Artes de Lisboa e Porto, tendo participado em 1942 numa primeira mostra de grupo, em Lisboa, e realizado a primeira exposição individual em 1947, no Porto, onde apresentou desenhos. Nesses anos a sua oposição ao regime de Salazar acarreta-lhe uma estada de quatro meses na prisão, a apreensão de um dos seus quadros pela polícia política e a ocultação dos frescos com mais de 100 m2, realizados para o Cinema Batalha no Porto. Permanece em Portugal até 1963, ano em que se instala em Paris. Atualmente vive e trabalha em Paris e Lisboa.

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