Lisboa, casa de Cabo Verde
Por ocasião do 44.º aniversário da independência da República de Cabo Verde, foi inaugurado, com muita animação, o Centro Cultural Cabo Verde, no número 640 da rua de São Bento. Trata-se de um edifício cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, através de um protocolo assinado em dezembro do passado ano.
Um conjunto de atividades marcou o evento. Houve serenata em São Bento à moda de Cabo Verde, entre a Assembleia da República e o Largo Hintze Ribeiro, com cachupa coletiva para todos os participantes. A música esteve a cargo da Orquestra de Batukadeiras, Titina, Maria Alice, Ana Firmino, Sara Tavares, Dany Silva, Nancy Vieira e Gardénia Benrós.
A iniciativa contou com a presença do do primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, do embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, da ministra da Cultura, Graça Fonseca, além de muitas outras individualidades.
"Cabo Verde está aqui"
Um acto que orgulha Lisboa, Afirmou Fernando Medina, que considera o espaço "uma montra do povo e da cultura de Cabo Verde". A fachada do edifício, que albergou anteriormente a sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, ostenta agora um enorme mural do artista Frederico e Medina sublinha que representa "uma Lisboa tolerante, inclusiva e multicultural. É a casa de Cabo Verde, hoje e sempre."
Já Lura, a conhecida cantora de mornas, afirmou que "a Serenata é isto mesmo: há festa, apareces e cantas, não precisas de estar em cartaz." Por seu turno, com um sorriso rasgado no rosto, a vice-presidente da Associação de Mulheres Cabo-Verdianas, Diáspora de Portugal, e responsável pela Orquestra de Batukadeiras, afirmou que "Lisboa é mais do que uma ilha, Cabo Verde está aqui."
A inauguração do Centro ficou ainda marcada com a inauguração da exposição “ Estórias de Dentro de Casa” que tem a curadoria de Adelaide Ginga. Pretende ser uma metáfora ao ritual das estórias tradicionais contadas ao final do dia, típico de Cabo Verde e tão antigo como a história do próprio país. Conta com obras dos artistas plásticos Manuel Figueira, Tchalê Figueira, Kiki Lima, Mito Elias, Bento Oliveira, Alex da Silva, António Firmino, David Levy Lima, Miguel Levy Lima, Luís Levy Lima, Oleandro Garcia e Kuny Mendes ( fotografia).