Lisboa vai ter um Centro de Estudos sobre Santo António
No encerramento do Simpósio Internacional Antoniano “Exulta Lusitânia Feli”, em 4 de junho, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa anunciou a intenção da autarquia promover a criação de um Centro de Estudos e Investigação sobre o Santo António na capital. O centro terá ligação com o Museu de Santo António e procurará, em rede, agrupar e apoiar as instituições que se debruçam sobre Santo António, "de forma a potenciar este conhecimento" em Portugal, nas comunidades onde o santo tem importância e nos múltiplos domínios do conhecimento em que se faz sentir.
No encontro, em que participou com D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, Fernando Medina enfatizou a "ligação profunda" da cidade com Santo António. Embora o padroeiro de Lisboa seja São Vicente, “a cidade tem uma grande ligação afetiva com Santo António”, afirmou o edil, sublinhando que para a autarquia constituiu hoje uma prioridade a "recuperação da história" do santo.
Daí a importância que foi dada à abertura do Museu de Santo António, hoje "uma peça emblemática" da cidade, mas a intenção é "prolongar e ampliar este esforço de conhecimento" através do Centro de Estudos que a autarquia irá promover. O cento permitirá ampliar o conhecimento da influência de Santo António em domínios como a Antropologia, Sociologia ou a própria arte, frisa Fernando Medina.
Marca identitária
A presença de Santo António na cidade tem sido recuperada ao longo dos anos e o edil dá como exemplo os casamentos, desaparecidos durante alguns anos, e mais recentemente os Tronos de Santo António. Um santo com uma "importância imensa na cidade", diz Fernando Medina, sublinhando que faz parte da sua marca identitária.
O simpósio, que procurou desvendar a vertente erudita de Santo António e promover um outro olhar sobre o santo casamenteiro, coincidiu com a celebração do 70.º aniversário da proclamação de “Santo António Doutor da Igreja”, único santo de nacionalidade portuguesa com essa distinção, e contou com a participação de especialistas de Lisboa, Porto, Pádua e Goiânia.
O título honorífico de Doutor da Igreja foi atribuído a Santo António em 1946 pelo Papa Pio XII, na Bula Exulta Lusitania Felix, e entre as diversas análises foi abordada a importância de Lisboa e Coimbra na formação teológica e intelectual do santo português.
O simpósio foi promovido pelo Centro Cultural Franciscano e o Museu de Lisboa – Santo António, em colaboração com a revista Itinerarium e o CEFI - Centro de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa,