Manuel Alegre canta "País de Abril"
"País de Abril", uma antologia de poemas de Manuel Alegre, voz indissociável dos momentos libertadores da revolução de 25 de Abril de 1974, foi lançada no dia 9 de abril, no Quartel do Carmo, palco dos momentos cruciais da jornada libertadora desse histórico dia.
Apresentada pela editora, Cecília Andrade, a obra foi contextualizada pela memória firme de José Carlos Vasconcelos, que situou o eclodir da "voz" nos momentos conturbados da luta contra a ditadura, nomeadamente, pelo impacto que os livros de poemas "Praça da Canção" e "O Canto e as Armas" tiveram no seio de toda uma geração de combatividade oposicionista que culminou, há 40 anos, na madrugada do "movimento dos capitães".
Reportando-se a esses momentos de luta contra um regime iníquo, o poeta alertou para "o mal (que) está aí outra vez", não sob a forma da ditadura ou da guerra colonial, mas através do "pesadelo da austeridade". O antigo candidato à Presidência da República, como é timbre da sua voz, apelou à "resistência" e ao empenho militante dos antifascistas neste período comemorativo dos 40 anos da revolução.
Entre a numerosa assistência que acorreu ao lançamento do livro destacaram-se figuras como Vasco Lourenço, entre outros "capitães de Abril", Ramalho Eanes, primeiro Presidente da República eleito democraticamente após a revolução, Maria de Jesus Barroso, correligionários partidários do poeta na militância no Partido Socialista, como Almeida Santos e José Sócrates, para além do atual líder António José Seguro, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, e figuras da cultura, como Carlos do Carmo, Eduardo Lourenço e Manuel Freire, que cantou alguns poemas do vate celebrizados nos primordiais dias da aurora libertadora. No final, houve ainda tempo para um firme abraço entre o poeta e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa.