Reabertura do Teatro da antiga cidade de Olisipo
O Museu do Teatro Romano reabriu ao público, após dois anos de encerramento para obras de reabilitação. Paredes meias com o Museu do Aljube, o Museu volta a abrir portas com uma nova exposição permanente, uma nova museografia e várias alterações ao nível dos conteúdos e acessibilidades.
Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, acompanhado da vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, marcaram presença na cerimónia de reabertura, que teve lugar dia 30 de setembro, na entrada do "Teatro da antiga cidade de Olisipo", descoberto em 1798 "por ocasião da reconstrução da cidade após o terramoto de 1755".
Um "feliz acaso", considerou Lídia Fernandes, coordenadora do Museu do Teatro Romano, sobre a descoberta de "um dos principias edifícios públicos da cidade" de então. Para Lídia Fernandes, coordenadora do Museu desde há 25 anos, o período de encerramento foi "demasiado tempo", mas um tempo "necessário" para as obras de conservação e reabilitação.
Além de novas estruturas arqueológicas, que as intervenções realizadas nos últimos 12 anos no interior do museu colocaram a descoberto, os visitantes podem agora observar de perto os vestígios e avaliar a complexa ocupação humana do local.
O novo projeto deu prioridade às acessibilidades: um elevador e infraestruturas adaptadas a pessoas com mobilidade reduzida. Legendas em braille e uma bancada com peças que podem ser manuseadas livremente garantem a fruição deste espaço renovado a qualquer público.
Lisboa tem a partir de hoje "mais uma demonstração do que foi uma das mais fantásticas civilizações do mundo antigo", disse Fernando Medina. Este é "porventura o núcleo mais importante da expressão" da presença da civilização romana que se conhece em Lisboa.
"Todos os dias somos surpreendidos com a história da cidade de Lisboa", sublinhou, numa referência ao trabalho dos arqueólogos. Um relacionamento com a Câmara "nem sempre fácil", reconheceu, não deixando de salientar a relevância do seu trabalho no âmbito da política cultural da autarquia.
"A cultura não é um adereço", alertou Fernando Medina, justificando os "investimentos grandes" realizados pela Câmara, nos equipamentos culturais da cidade, com a "afirmação e valorização da Cultura na Câmara de Lisboa como um elemento central da estratégia politica".
O Teatro Romano, construído no início do século I, e remodelado no ano 57, foi descoberto em 1798, nos trabalhos de reconstrução da cidade após o terramoto de 1755. Anos mais tarde, foi "novamente soterrado pelo edificado urbano". A sua recuperação "prosseguiu a partir de 1964/67. O Museu do Teatro Romano, é um dos cinco núcleos do Museu de Lisboa, dirigido por Joana Sousa Monteiro, que integra ainda o Palácio Pimenta, Santo António, Torreão Poente e Casa dos Bicos.