Reabriu a Biblioteca Palácio Galveias
Fernando Medina assinalou, no Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, a reabertura da Biblioteca Palácio Galveias, um espaço emblemático da cidade que a autarquia coloca de novo à disposição dos lisboetas após profundas obras de recuperação e reabilitação que custaram 2,5 milhões de euros. “É sempre com enorme gosto que devolvemos à cidade um espaço requalificado de cultura”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
A acompanhar o edil no descerramento da placa que assinala o evento estiveram a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, o ministro da Cultura, Luis Filipe de Castro Mendes, e Maria José Moura, responsável pela criação da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas e impulsionadora da valorização dos profissionais de biblioteca, a quem foi prestada uma homenagem no átrio da biblioteca.
Na ocasião, em que participaram também os vereadores José Sá Fernandes, Catarina Albergaria e João Paulo Saraiva, foi ainda assinado um protocolo de adesão à Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. O documento, lê-se, "tem em consideração que a cooperação entre a Administração Central e os Municípios é essencial para que a Rede de Bibliotecas Públicas possa desempenhar a sua função social e cultural e seja um fator de inclusão social, contribuindo para a democratização do acesso à informação, para a participação dos cidadãos na vida pública e para a igualdade de oportunidades."
Espaços de modernidade para todos
“Cumpre-se mais uma etapa na concretização do programa estratégico Bibliotecas XXI, que a Câmara Municipal de Lisboa criou em 2011”, disse Catarina Vaz Pinto, e Fernando Medina recorda que no mandato do atual executivo foi também aberta a nova biblioteca de Marvila (a segunda maior da cidade) e outras de menor dimensão mas que “fazem com a rede de bibliotecas da cidade seja ainda mais densa e efetiva”, designadamente a da Penha de França, a Orlando Ribeiro (Lumiar), a de Belém e a do Cinema Europa.
“As bibliotecas de Lisboa são hoje espaços de modernidade e em transformação ”, diz o edil, sublinhando que não se circunscrevem à ideia clássica daquele tipo de equipamentos. São espaços de encontro, de centralidade cultural, de modernidade, com tecnologia e diversas formas de acesso ao conhecimento, e “são espaços para todos, que têm capacidade de acolher diferentes gerações e a forma como acedem à cultura e à leitura em particular”.
E é “a centralidade da leitura” que Medina aborda ainda, para afirmar que “começa hoje a ser reconhecida como forma de ultrapassarmos os nossos bloqueios, até estruturais do ponto de vista económico e de desenvolvimento”. Os problemas do abandono e do insucesso escolar, ou “a dificuldade histórica dos jovens na relação com a Matemática e as ciências” têm na base, para o presidente da autarquia, a leitura. É, pois, a leitura que deverá estar na base da resolução de muitos desses problemas, “e nada melhor do que a biblioteca” com uma imagem apelativa e central”.
Tradicional e novo
A biblioteca, criada em 1931, é uma das mais antigas de Lisboa e, diz Catarina Vaz Pinto, “foi sempre a mais importante da cidade”. Reabre agora com mais um piso, com os seus interiores restaurados, com mais salas de leitura, de formação, de convívio e de trabalho, com um novo sistema de gestão de colecção (identificação dos documentos por rádio-frequência), com um sistema moderno de atendimento ao público através de máquina de auto-empréstimo, explica a vereadora.
Para além dos livros, jornais, revistas ou outros documentos disponibilizados pelos vários equipamentos que fazem parte da rede de bibliotecas de Lisboa, aqui “poderão sobretudo aceder ao mundo, à imensidão do conhecimento disponível que as novas tecnologias hoje permitem. E poderão também encontrar amigos, amigas, os vizinhos, as colegas, combater um instante de solidão. Porque as bibliotecas hoje também são isso: centros culturais de proximidade, espaços de aprendizagem ao longo da vida, espaços de comunidade, espaços de promoção cívica e de cidadania ativa”, realça.
Catarina Vaz Pinto sublinha que a Biblioteca Palácio Galveias constitui “um emblemático exemplo” do convívio do tradicional com o novo e salienta a recuperação do jardim, que acolhe agora os bustos da época devolvidos à sua localização original e uma peça escultórica concebida especialmente para aquele local pelo artista Carlos Nogueira, presente no evento, em 1997.
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Rede de bibliotecas municipais:
- Geridas pela Câmara Municipal de Lisboa (11)
Biblioteca de Belém
Biblioteca Camões
Biblioteca dos Coruchéus
Biblioteca de Marvila
Biblioteca Orlando Ribeiro
Biblioteca Palácio Galveias
Biblioteca da Penha de França
Biblioteca por Timor
Biblioteca-Museu República e Resistência
Bibliotecas Itinerantes
Hemeroteca Municipal
- Geridas pelas juntas de freguesia (7)
Parque das Nações
Biblioteca David Mourão-Ferreira
Lumiar
Biblioteca Maria Keil
Carnide
Biblioteca Natália Correia
Olivais
Biblioteca dos Olivais
Estrela
Biblioteca-Quiosque Jardim da Estrela
Arroios
Biblioteca de São Lázaro
Campo de Ourique
Espaço Cultural | Cinema Europa
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Dados estatísticos das bibliotecas – empréstimos e consultas entre 2013 e 2016:
Utilizadores do serviço empréstimos – 144 459
Documentos emprestados – 2 454 003
Visitas à Hemeroteca digital – 1 204 003
Páginas consultadas no sítio da Hemeroteca digital – 37 460 509
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Biografia de Maria José Sabino Moura
Licenciada em Ciências Históricas e Filosóficas e Curso de Bibliotecário Arquivista (UC).
Diretora dos Serviços de Documentação da Universidade de Lisboa até 1987.
Diretora do Serviço de Bibliotecas do IPLB/Ministério da Cultura – tendo elaborado e dirigido o Programa da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas – até 2006 e foi, simultaneamente, Coordenadora Geral do Projeto do Inventário do Património Cultural Móvel, Delegada Nacional do PGI/UNESCO, Vice-Presidente do Conselho Superior de Bibliotecas, responsável pelo National Focal Point – Telematic for Libraries Program e membro do Information Society Forum (Bruxelas).
Docente no Curso de Especialização em Ciências Documentais das Universidades de Lisboa e Coimbra e em Cursos de Técnicos Profissionais da BAD.
Presidiu e/ou integrou a comissão organizadora de diversas conferências nacionais e internacionais do sector e convidada a apresentar comunicações em muitas outras.
Convidada em 2007 para o Conselho Nacional da Cultura – Secção do Livro e das Bibliotecas, no qual passou, em 2013, a representar a BAD.
Integra a Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura – PNL
Foi sócia fundadora e presidente da BAD, de que é Associada Honorária e atualmente Vice-Presidente
Integrou os comités permanentes da IFLA Public Libraries e Library Buildings and Equipment.
Condecorada com a Ordem do Mérito, recebeu também o Prémio Internacional do Livro, por proposta da IFLA ((1998, Amesterdão).