Ribeira das Naus requalificada com passeio ribeirinho
Lisboa ganhou mais espaço de lazer junto ao Tejo
Requalificada, a frente ribeirinha entre a zona poente do Terreiro do Paço e o Cais do Sodré (Avenida Ribeira da Naus) oferece agora um largo passeio ribeirinho para os peões e uma nova via rodoviária. Este é o resultado dos trabalhos de avanço da margem após a conclusão da 1ª fase de uma obra que promete ainda um amplo espaço verde e espelho de água na antiga Doca da Caldeirinha. Esta nova Avenida Ribeira das Naus permite uma renovada ligação viária, ciclável e pedonal entre o Terreiro do Paço e o Largo do Corpo Santo / Cais do Sodré e a fruição de um novo jardim público e de um percurso pedonal ao longo da margem, dotado zonas de estadia e larga escadaria em suave plano descendente até ao rio (recriação uma praia existente antes do terramoto), com infra-estruturas requalificadas.
O momento inaugural, no dia 23 de março, foi assinalado com uma cerimónia que decorreu junto ao edifício da Agência Europeia de Segurança Marítima (do lado do rio) e que contou com as intervenções do vereador do pelouro do Urbanismo, Manuel Salgado, do chefe do Estado Maior da Armada, José Saldanha Lopes, do secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa.
Manuel Salgado fez um breve historial do processo da obra, iniciada pela Sociedade Frente Tejo, para depois (em 2011) passar para a exclusiva responsabilidade da Câmara Municipal, que finalizou o projeto. O autarca destacou o facto de a empreitada ter sido concluída dentro do prazo previsto e com redução de custos. Manuel Salgado agradeceu aos diversos intervenientes no processo, nomeadamente ao arquitecto João Gomes da Silva, autor do projecto vencedor do concurso, salientando que "a qualidade da arquitectura portuguesa é uma aposta deste executivo, ao promover concursos de ideias, com a adesão de muitos jovens arquitectos, e concursos de projecto, e os arquitectos portugueses têm provado que são dos melhores do mundo". Não se comprometendo com datas, o vereador e vice-presidente da autarquia garantiu, no entanto, que a segunda fase da obra, que agora se inicia, deverá estar concluída "até final do ano", sendo "uma peça mais do puzzle" da requalificação de toda a frente ribeirinha.
Já o chefe do Estado Maior da Armada, José Saldanha Lopes, preferiu sublinhar a cooperação entre a sua instituição e a autarquia, considerando que a cedência do amplo espaço da parada da Administração Central da Marinha para usufruto público "beneficia quer a Marinha, quer a cidade", com a valorização deste importante património. Por seu lado, o secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, considerou ser de grande importância o protocolo estabelecido entre o Governo, a Frente Tejo e CML, que permitiu esta obra, conforme atesta o que ouviu de "velhos almirantes e velhos marinheiros: a solução museológica encontrada valoriza a Marinha e valoriza Lisboa". Para o responsável governamental, esta "aproximação ao rio é fundamental, posto que o mar português deve ser um desígnio nacional".
A última das intervenções esteve a cargo do presidente da Câmara Municipal, António Costa, abrindo com a afirmação de que "a cidade de Lisboa deve tudo a este rio". Lembrando que a cidade dispõe de 19 k de frente ribeirinha, "que deve ser usada com inteligência", o autarca defendeu que aqui "há espaço para as actividades turísticas, de lazer e portuárias, de mercadorias e de passageiros", devendo ser a partir de agora um "espaço de convivialidade da Marinha, dos peões e ciclistas, dos automóveis, do turismo, do lazer e da cultura, dos contentores e das gruas - posto que a actividade portuária é uma mais valia da cidade, geradora de emprego e actividade económica". O edil lisboeta elogiou o trabalho realizado, considrando que "temos que evitar a descaracterização e ao mesmo tempo acolher a modernidade", exemplificando com os projectos do novo terminal de cruzeiros, o alargamento da Doca do Bom Sucesso e a nova doca para iates em Pedrouços, tudo "sem perder o porto de contentores". "Esta é uma obra que nos reconcilia com o rio, concluíu António Costa.
Depois da assinatura do auto de consignação ao consórcio responsável pela segunda fase da obra ("zona terra"), cerimónia encerrou com a plantação de árvores por crianças de uma escola básica, no que foram acompanhadas pelo presidente da Câmara e pelos vereadores Manuel Salgado, Fernando Nunes da Silva, José Sá Fernandes, Maria João Mendes e Manuel Brito. Este acto simbólico assinala também o arranque da segunda fase da obra, com a criação de um vasto jardim com áreas de estadia e que recria as rampas de varadouro, a recuperação da antiga Doca Seca e a reposição da antiga Doca da Caldeirinha.
A Avenida da Ribeira das Naus agora renovada é mais um espaço de frente de rio dado à fruição dos lisboetas e de todos os que visitam ou trabalham na cidade.
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