SOS Azulejo distingue Câmara de Lisboa

A Câmara Municipal de Lisboa foi distinguida com o Prémio SOS Azulejo 2015, na categoria de Boas Práticas, pela sua intervenção de salvaguarda do património azulejar, do Miradouro de Santa Luzia.


A reabilitação dos azulejos do Miradouro de Santa Luzia valeu à Câmara Municipal de Lisboa a atribuição do Prémio de Boas Práticas, no âmbito do Projeto SOS Azulejo, uma iniciativa do Museu da Polícia Judiciária, da Escola de Polícia Judiciária.

A entrega do prémio, que decorreu no Palácio Marquês da Fronteira, dia 23 de maio, é o reconhecimento pela intervenção de salvaguarda do património azulejar do Miradouro de Santa Luzia, realizada durante o ano de 2015, por iniciativa da Unidade de Intervenção Territorial Centro Histórico (UITCH) da Unidade de Coordenação Territorial (UCT), da Câmara de Lisboa.

Isabel Maciel, diretora da Unidade de Intervenção Territorial do Centro Histórico, e os historiadores Rui Matos e Helena Lopes, receberam o prémio. Um galardão que distingue “os trabalhos de conservação e restauro dos azulejos de revestimento dos panos murários dos bancos do miradouro (Fábrica Viúva Lamego), do painel de enquadramento do pequeno fontanário (padrão em esfera armilar) e do grande painel com a vista panorâmica da Lisboa nos anos 30 do século XX (desenho de Jaime Martins Barata, pintura de José Vitória Pereira, 1939). Trabalhos que foram desenvolvidos pela equipa de conservadores restauradores do Atelier Samthiago.

Mais painéis em requalificação

O projeto da UCT/ UITCH teve por objetivo “assegurar a preservação de património azulejar do século XX, no contexto da memória histórica do Miradouro de Santa Luzia e da sua valorização no âmbito das ações de reabilitação, promovidas pelo município, no edificado da Rua Norberto de Araújo e do espaço público na envolvente do miradouro, que englobou também a melhoria das acessibilidade à Colina do Castelo”, com a instalação de um elevador.

Esta intervenção é “a primeira etapa de um trabalho que se pretende tenha continuidade com a requalificação do espaço público, correspondente à plataforma superior do Miradouro de Santa Luzia, que incluirá, entre outras componentes técnicas, a conservação e restauro de painéis de azulejos do séc. XVII e XVIII e a conservação e restauro do troço de Cerca Velha de Lisboa das Escadinhas e Rua Norberto de Araújo.”

Em paralelo, indica a UCT/ UITCH, foram iniciados já em Abril deste ano os trabalhos de reabilitação de “cinco painéis sinaléticos em azulejo, da autoria de Fred Kradolfer, situados nos miradouros de São Pedro de Alcântara, Nossa Senhora do Monte, Monte Agudo e Castelo de São Jorge, tendo em vista a requalificação dos espaços públicos das respetivas freguesias”. Estima-se que estas intervenções possam estar concluídas até final do verão.

Proteger o património azulejar

A cerimónia de entrega dos ‘Prémios SOS Azulejo 2015’ foi presidida pelo professor Vítor Serrão que selecionou os galardoados deste ano, tendo sido atribuídos 6 prémios e 10 menções honrosas.

Recorde-se que as entidades parceiras do projeto ‘SOS Azulejo’ instituíram prémios de proteção e valorização do património azulejar português (ou de origem e tradição portuguesa) designados ‘Prémios ‘SOS Azulejo’’, cuja atribuição é anual.

Os Prémios SOS Azulejo têm por objetivos reconhecer, valorizar, dar visibilidade e fomentar ações de proteção e valorização do património azulejar português e/ou de origem/tradição portuguesa; contribuir para a segurança, a conservação e o restauro certificados, o estudo, o usufruto e a divulgação adequados do património azulejar português; reforçar e incentivar a ligação e o orgulho das populações e das instituições em território português pelo seu património azulejar; e encorajar e apoiar projetos, estudos e ações de qualidade que aproveitem, valorizem e dinamizem o potencial do património azulejar português.

O projeto “SOS Azulejo”, que já vai na sua sétima edição, é coordenado pelo Museu de Polícia Judiciária e conta com a parceria da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Direção Geral do Património Cultural, Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Instituto Politécnico de Tomar, Universidade de Aveiro, Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública.