Abriu o novo Museu de Lisboa


A exposição “Varinas de Lisboa, Memórias da cidade”, foi inaugurada, a 31 de janeiro, no Palácio Pimenta, localizado no Museu da Cidade, no Campo Grande, um dos cinco núcleos que constituem o novo Museu de Lisboa, um projeto cultural da Câmara Municipal.

O Museu de Lisboa, que também tem uma nova imagem gráfica, resulta da reformulação programática do Museu da Cidade, que dissemina a cultura e a história de Lisboa em cinco núcleos: o Palácio Pimenta, o Museu de Santo António, o Teatro Romano, a Casa dos Bicos e o Torreão Poente do Terreiro do Paço.

Catarina Vaz Pinto, vereadora da Cultura, explicou que o projeto continua a ter como sede o Museu da Cidade, cuja diretora é agora a museóloga Joana Sousa Monteiro, mas que tem uma única e nova imagem e que se propaga por cinco núcleos.

O novo Museu de Lisboa pretende vir a ser um museu da cidade contemporâneo e uma referência na vida dos lisboetas e de quem visita Lisboa. Mais do que o espelho da história, o Museu de Lisboa é um conjunto de espaços museológicos onde se pode aprender mais sobre a cidade, onde se vai debater a cidade e onde se prespectivará o seu futuro.
A nova imagem gráfica, criada pelo designer Nuno Gusmão, é um “L” fragmentado, simbolizando as diferentes partes da história de Lisboa.

Fernando Medina, vice-presidente da autarquia, disse, por sua vez, que quando se muda um logotipo e uma marca isso significa um renascimento. Um tempo novo na história.


Varinas de Lisboa

As varinas de Lisboa surgiram em meados do século XIX, vindas sobretudo do distrito de Aveiro, de concelhos como Murtosa, Estarreja e Ovar, terra de onde lhe vem o nome. Num contexto social dominado pelos homens, a mulher varina destacou-se pela liberdade de linguagem e forma de ser, numa sociedade bastante fechada e conservadora. Ao calcorrear diariamente a cidade, vendendo o peixe de porta em porta, de pés descalços e canastra à cabeça, apregoava, manhã cedo, o peixe comprado na lota. E assim se tornou numa imagem icónica de Lisboa. Doroteia, Deolinda, Rosa, Cármen, são algumas das antigas varinas da Madragoa. Foram acarinhadas com lenços e flores, num dia que trouxe a Lisboa uma comitiva de Ovar: “É uma honra associar o município de Ovar à história de Lisboa”, afirmava orgulhoso Domingos Silva, o autarca daquele concelho aveirense. 
A exposição, inaugurada no dia em que foi apresentado o novo Museu de Lisboa, mostra imagens e objetos que retratam um dos principais ícones da capital. E excertos dos relatos de quem cantou pregões pelas ruas de Lisboa, com a canastra do peixe à cabeça. Para ver até 24 de maio, no Palácio Pimenta.
 


As sardinhas de Bordalo Pinheiro

No mesmo dia, no Museu Rafael Bordalo Pinheiro, foi também aberta ao público a exposição "Vivinha a Saltar!", sobre a temática “As varinas de Bordalo” e “As novas sardinhas de Bordalo”.
A primeira parte da exposição, dedicada às varinas na obra daquele artista, está organizada em três núcleos: etnografia, humor e ícone. Procura-se dar a conhecer como Bordalo Pinheiro construiu uma imagem da varina, através de provas originais de fotografia e de peças bordalianas de pintura, desenho, gravura, faiança decorativa e serviços de uso comum nas Caldas da Rainha. A segunda parte dá-nos a conhecer as novas sardinhas de Bordalo, através da exposição de 22 modelos em cerâmica. Trazendo a sardinha original de Bordalo até aos nossos dias, reuniram-se os mais recentes modelos cerâmicos, assinados por artistas contemporâneos, numa colaboração do Museu Bordalo Pinheiro com a EGEAC e a fábrica de Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro. A mostra pode ser vista até 21 de junho de 2015.