Cidades Comestíveis foi o tema do 12º Festival Jardins Abertos
“Do nosso ponto de vista, ecologistas de coração, queremos que todos tenham um conhecimento natural da produção alimentar de forma a repensar-se o posicionamento em relação ao alimento.” explica Telma Lopes, da organização. O principal objetivo dos Jardins Abertos é aproximar as pessoas ao mundo natural.
Este ano, a segunda edição dos Jardins Abertos foi realizada em novembro, e não em outubro, como é habitual, na tentativa "bem sucedida dos jardins receberem chuva suficiente para se abordar o tema dos cogumelos", salienta Tomás Tojo, diretor do festival, que pretende promover atividades com o foco de elevar a consciência ambiental, de uma forma simples e próxima das pessoas.
Quatro novos jardins foram abertos ao público: a Estufa Comunitária em Alvalade - a Upfarm, o Parque Urbano Gonçalo Ribeiro Telles, o Viveiro Municipal da Quinta da Pimenteira e o Parque Hortícola do Vale de Chelas, o maior parque hortícola da Europa.
No Viveiro Municipal da Quinta da Pimenteira - responsável pela plantação dos ramos usados nos Casamentos de Santo António - a visita guiada às estufas permitiu conhecer as espécies aqui produzidas, saber um pouco da história do viveiro e das pessoas que aqui trabalham.
As atividades realizadas nos jardins do Palácio Fronteira, uma parceria com a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, gestora do Palácio, são uma simbiose perfeita entre a sustentabilidade histórica, arquitetónica, patrimonial, artística e natural, refere Joel Moedas-Miguel, vice-presidente e diretor cultural da Fundação. O Jardim do Laranjal, com a decoração azulejar de autoria do artista plástico, Eduardo Nery, recebeu a atividade de identificação e colheita de plantas aromáticas e frutos presentes neste jardim, com as quais foi confecionada uma compota de laranja pelo Chef Claiton e uma infusão herbal por Sebastian Filgueiras da Companhia Portugueza do Chá.
A finalizar o festival, pela mão da Joy Food Experiences, que trabalha questões como a literacia alimentar, foi realizada uma homenagem ao outono, um momento experimental e digestivo na Estufa Fria de Lisboa.
Da confeção de chás, às ervas comestíveis e dos passeios para aprender a identificar cogumelos aos novos conhecimentos sobre agricultura vertical: as alterações que o outono traz a estes espaços foram exploradas em variadas vertentes.