Congresso internacional Fernando Pessoa reforça a ligação do poeta a Lisboa
O Congresso ganha este ano especial relevância, por se assinalarem os 90 anos da morte do escritor (a 30 de novembro de 1935), cuja obra continua a encantar gerações de leitores, e objeto de estudo em áreas distintas, como os estudos literários, portugueses ou filosóficos.
A Fundação Calouste Gulbenkian acolhe o encontro, que se realiza de quatro em quatro anos, para a apresentação de novas propostas de investigação sobre a obra do poeta. Nesta edição, académicos e investigadores de Espanha, Itália, Brasil, Estados Unidos, Colômbia e Portugal vão apresentar trabalhos que percorrem temas diversos: da guerra à filosofia, da heteronímia à religião.
Este congresso reforça a ligação do poeta – que nasceu no dia de Santo António – à cidade, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. “Encontramos nele o poeta da Lisboa de outrora e de hoje, que fazia as suas tertúlias na Brasileira do Chiado, nas mesas do fundo junto das escadas".
Fernando Pessoa, realçou Carlos Moedas, “cruza-se com a cidade, por partilhar com ela essa mesma a condição de ser um espaço vivo de contradições", desde as origens fenícias, o passado lusitano, ou os traços mouriscos com as relíquias de São Vicente, à cidade de Santo António com a Lisboa Iluminista. Em Lisboa está uma cidade cuja alma é impossível de fechar em caixas simplificadoras. Tal qual o seu grande poeta. Tal qual Fernando Pessoa".
O Congresso Internacional Fernando Pessoa é uma oportunidade única de celebrar e aprofundar o conhecimento sobre a obra e o legado do poeta, cuja relevância literária e cultural se mantém incontornável a nível nacional e internacional. Nesta edição, são ainda homenageados dois poetas e estudiosos de Fernando Pessoa, recentemente desaparecidos: Manuel Gusmão e Nuno Júdice.