Homenagem a Eunice Muñoz
A sala principal do Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) foi pequena para acolher todos os que quiseram estar presentes para prestar homenagem à grande senhora do teatro português, Eunice Muñoz por ocasião dos 74 anos da sua carreira. A entrada da atriz na sala desencadeou uma forte ovação. Em palco, o diretor artístico do nacional, Tiago Rodrigues, fez as honras da casa apresentando os vários momentos da homenagem que começou com a leitura, por Diogo Infante, do livro de conversas entre a atriz e Vítor Pavão dos Santos intitulado “Acima de Tudo Amar a Vida ou Conversas com Eunice Muñoz”. Vítor Pavão dos Santos, antigo diretor do Museu do Teatro, explicou a génese do livro e recordou os vários encontros que teve ao longo da vida com a atriz de onde se gerou a amizade e cumplicidade que hoje perdura e manifesta na obra que ora se dá à estampa sob a chancela do TNDMII.
De seguida o atual presidente do conselho de administração do Teatro Nacional, Miguel Honrado, deu conta das razões que presidiram à constituição do projeto Rede Eunice, um projeto de circulação das produções do Teatro Nacional por vários teatros municipais do país, levando o teatro nacional até às pessoas e regiões que nem sempre têm acesso ao teatro de reportório. “Associar o nome de Eunice a este projeto que ela “amadrinha” é criar a continuidade entre o passado e o futuro, promover a continuidade e apostar na formação de públicos”, referiu Miguel Honrado.
Momento mais aguardado da noite foi a subida ao palco de 74 atrizes portuguesas, de várias gerações, num espetáculo concebido por Cucha Carvalheiro, que por instantes encarnaram o lugar da atriz dizendo falas retiradas de peças que Eunice Muñoz proferiu neste mesmo palco.
Emocionada, Eunice subiu ao palco para receber uma entusiástica ovação de pé e agradecer a todos os presentes e ao público “que é aquele que nos faz e nos desfaz”. Agradecendo muito a homenagem que as 74 colegas lhe prestaram Eunice disse: “estarem aqui significa que tudo continua e que o teatro jamais morrerá”.
À homenagem assistiram também Fernando Medina presidente da Câmara de Lisboa e Catarina Vaz Pinto, vereadora da cultura.