José Sarmento de Matos é nome de rua na freguesia que imaginou
Na tradicional cerimónia de descerramento da placa toponímica, na presença de familiares, Carlos Moedas recordou o lisboeta que se "afirmava como Olisipógrafo, e só depois era historiador de arte".
A “paixão palpável” de Sarmento de Matos pela sua cidade, foi assinalada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, numa alusão às suas palavras: “A minha maneira de olhar para a história de Lisboa tem a ver com isto. É uma coisa que me diz respeito. Não é uma coisa que eu estou a estudar. Faz parte de mim e eu faço parte dela. Isto é intimidade”.
Mais do que idealizar os nomes das ruas, sublinhou o autarca, ele “imaginou o Parque das Nações”, traçando o primeiro esboço da Expo 98.
A rua, situada entre a Avenida de Berlim e a Avenida de Pádua, é também paralela à rua António Mega Ferreira, “dois grandes lisboetas e dois grandes amigos”. Com Vasco Graça Moura, concluiu Carlos Moedas, “idealizaram e ajudaram a construir a freguesia” do Parque das Nações.
Foi um notável olisipógrafo e historiador de arte. A sua notoriedade decorreu de uma dedicação incansável a uma investigação alicerçada numa metodologia própria, que lhe permitiu adquirir um profundo conhecimento em ambas as áreas.
Em colaboração com António Mega Ferreira, José Sarmento de Matos participou ativamente na realização do projeto da Exposição Mundial de 1998, conhecida como "Expo 98". Foi ele o responsável pela conceção do plano toponímico específico do local, relacionado com o tema dos "Oceanos".
Em 2018, cinco dias antes da sua morte, foi-lhe atribuída a Medalha Municipal de Mérito Cultural de Lisboa.
José Sarmento de Matos nasceu em Lisboa, a 8 de junho de 1946, e morreu na sua cidade a 28 de outubro de 2018.