Lisboa prepara-se para greve na recolha de lixo no Natal e Ano Novo
Face à gravidade da situação, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, reuniu de urgência no dia 18 de dezembro com os presidentes das juntas de freguesia da cidade: “A solidariedade e a disponibilidade foram totais. Este é um problema de todos e todos temos de o resolver”, afirmou Moedas, sublinhando a importância da colaboração entre as juntas de freguesia e a câmara para mitigar os efeitos da paralisação.
Em conferência de imprensa realizada no mesmo dia, Carlos Moedas apelou ao diálogo com os sindicatos e criticou a decisão de avançar para a greve: “Respeito o direito à greve, mas apelo aos sindicatos que venham negociar. Não é justo para os lisboetas, nem para os trabalhadores que mantêm a nossa cidade limpa”, declarou o autarca.
Lisboa produz cerca de 900 toneladas de lixo por dia e uma paralisação prolongada pode afetar a saúde pública. Carlos Moedas alertou para o impacto ambiental e social que pode ocorrer caso a greve se concretize, destacando o que considera ser a falta de abertura dos sindicatos para negociar. Segundo o presidente, “os sindicatos recusaram apresentar novas propostas e avançaram para uma greve injusta”.
Para minimizar os efeitos da greve, a Câmara Municipal anunciou um conjunto de medidas:
- Criação de uma equipa de gestão de crise, disponível 24 horas para apoiar as Juntas de Freguesia
- Distribuição de contentores de obra em áreas prioritárias para recolha de lixo
- Campanhas de sensibilização pública, apelando à redução da produção de resíduos, especialmente de cartões e outros materiais volumosos
- Teletrabalho para os trabalhadores da CML, com incentivo à mesma prática no setor privado
- Pedido a grandes produtores de resíduos para realizarem a sua própria recolha durante o período da greve
- Colaboração com municípios vizinhos, com possibilidade de utilização de ecoilhas móveis.
Os sindicatos, representados pelo STML e STAL, justificam a greve com a falta de resposta adequada a problemas acumulados ao longo dos meses. Contudo, a Câmara afirma que os sindicatos não apresentaram novas propostas nas negociações mais recentes, limitando-se a confirmar a intenção de avançar para a greve. “Estou aberto a ouvir e resolver os problemas, mas não posso negociar sozinho”, declarou Carlos Moedas, deixando um último apelo aos sindicatos para regressarem à mesa das negociações.
O Tribunal deverá decidir, esta semana, sobre a definição dos serviços mínimos para o período da greve.