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Lisboa prepara-se para greve na recolha de lixo no Natal e Ano Novo

Os trabalhadores da Higiene Urbana de Lisboa vão estar em greve nos dias 26 e 27 de dezembro, com paralisação ao trabalho suplementar entre o dia de Natal e a véspera de Ano Novo, anunciou o Sindicato dos Trabalhadores do Município. Para o período noturno, a greve ao trabalho normal e suplementar está marcada entre as 22h do dia 1 de janeiro e as 6h do dia 2 de janeiro. A decisão pode ter impactos graves na cidade, especialmente durante a época festiva, mas a autarquia já tomou medidas para minimizar os efeitos da greve.


Face à gravidade da situação, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, reuniu de urgência no dia 18 de dezembro com os presidentes das juntas de freguesia da cidade: “A solidariedade e a disponibilidade foram totais. Este é um problema de todos e todos temos de o resolver”, afirmou Moedas, sublinhando a importância da colaboração entre as juntas de freguesia e a câmara para mitigar os efeitos da paralisação.

Em conferência de imprensa realizada no mesmo dia, Carlos Moedas apelou ao diálogo com os sindicatos e criticou a decisão de avançar para a greve: “Respeito o direito à greve, mas apelo aos sindicatos que venham negociar. Não é justo para os lisboetas, nem para os trabalhadores que mantêm a nossa cidade limpa”, declarou o autarca.

Lisboa produz cerca de 900 toneladas de lixo por dia e uma paralisação prolongada pode afetar a saúde pública. Carlos Moedas alertou para o impacto ambiental e social que pode ocorrer caso a greve se concretize, destacando o que considera ser a falta de abertura dos sindicatos para negociar. Segundo o presidente, “os sindicatos recusaram apresentar novas propostas e avançaram para uma greve injusta”.

Para minimizar os efeitos da greve, a Câmara Municipal anunciou um conjunto de medidas:

  • Criação de uma equipa de gestão de crise, disponível 24 horas para apoiar as Juntas de Freguesia
  • Distribuição de contentores de obra em áreas prioritárias para recolha de lixo
  • Campanhas de sensibilização pública, apelando à redução da produção de resíduos, especialmente de cartões e outros materiais volumosos
  • Teletrabalho para os trabalhadores da CML, com incentivo à mesma prática no setor privado
  • Pedido a grandes produtores de resíduos para realizarem a sua própria recolha durante o período da greve
  • Colaboração com municípios vizinhos, com possibilidade de utilização de ecoilhas móveis.

Os sindicatos, representados pelo STML e STAL, justificam a greve com a falta de resposta adequada a problemas acumulados ao longo dos meses. Contudo, a Câmara afirma que os sindicatos não apresentaram novas propostas nas negociações mais recentes, limitando-se a confirmar a intenção de avançar para a greve. “Estou aberto a ouvir e resolver os problemas, mas não posso negociar sozinho”, declarou Carlos Moedas, deixando um último apelo aos sindicatos para regressarem à mesa das negociações.

O Tribunal deverá decidir, esta semana, sobre a definição  dos serviços mínimos para o período da greve.