Restauração da Independência comemorada em Lisboa
Durante os 60 anos de domínio dos Filipes [ Dinastia Filipina governou o país de 1580 a 1640 ] “Portugal nunca deixou de ser Portugal”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. “A causa nacional não deixou de ser vivida", sublinhou.
A independência restaurou-se, vincou Carlos Moedas, na sua intervenção na Praça dos Restauradores, “porque havia uma cultura, uma língua, uma alma, em suma, porque havia uma identidade portuguesa”.
“E é essa identidade que não podemos perder hoje, num mundo em que as identidades de certa forma se diluem, onde há uma certa uniformização, através do digital, através da interdependência, através da globalização”.
Nesse mundo de hoje, concluiu o autarca, “precisamos de continuar a manter a nossa marca, a nossa identidade, que nos distingue positivamente, que nos permite dar um contributo próprio ao mundo. Passados 384 anos, ainda temos muito a aprender com aquele 1.º de Dezembro, com esse dia em que tudo mudou, em que se aclamava um rei português, em que os lisboetas saíram à rua”.
Na cerimónia, organizada pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal, estiveram presentes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o antigo Presidente da República, Ramalho Eanes, o ministro da Defesa, Nuno Melo, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP), José Ribeiro e Castro, entre outros.
“A Conjura concretizada a 1 de Dezembro de 1640, por um grupo de aristocratas portugueses, designado Os Quarenta Conjurados, traduziu a revolta da Nação contra o domínio da Dinastia Filipina, culminando com a instauração da 4.ª Dinastia Portuguesa – a Casa de Bragança – com a aclamação de D. João IV, o Restaurador”, explica a SHIP.
A Guerra da Restauração, um dos conflitos mais sangrentos da nossa História, terminaria apenas a 13 de fevereiro de 1668, com a assinatura do Tratado de Lisboa.