Taxa de recolha seletiva em Lisboa é a maior a nível nacional
Dedicada ao tema “Valor estratégico da água e dos resíduos para um futuro sustentável”, a quarta edição anual da conferência, no Pavilhão do Conhecimento, reuniu especialistas nacionais e internacionais para partilha de reflexões, boas práticas e sugestões de melhoria para os setores das águas e dos resíduos, enquanto “recursos fundamentais para assegurar o futuro sustentável” de Portugal.
O papel das cidades na transição circular é fundamental, afirmou Rui Cordeiro. Apesar de “ocuparem menos de 2% da superfície terrestre, são responsáveis por 75% do consumo de recursos naturais e 50% da produção global de resíduos”, sublinhou.
Numa fase em que o “consumo continua a acelerar”, com um “aumento de 28% de todos os materiais consumidos desde 1900”, o responsável pela Higiene Urbana em Lisboa apontou as três áreas de maior impacto nas cidades, onde podemos melhorar: resíduos volumosos, resíduos alimentares e verdes (cerca de 40% dos resíduos urbanos) e resíduos de construção e demolição (não urbanos).
Lisboa, acrescentou, desenvolve atualmente diversos projetos focados na economia circular, como: Lisboa a Compostar – com mais de 3 500 compostores domésticos entregues pela CML, e 213 compostores comunitários –, o plano de reutilização da água, que visa a poupança de 3 milhões de m3 de água potável (cerca de 75% do consumo atual), o Plano Geral de Drenagem, a Oficina RIPAS, dedicada à reutilização e recuperação de móveis em fim de vida, ou os ecocentros móveis.
“É preciso garantir que o investimento é canalizado para concretizarmos as nossas boas intenções e princípios”, realçou, não esquecendo que há ainda um grande volume de resíduos “que precisa de tratamento adequado, evitando o aterro. Projetos-piloto são necessários, mas precisamos procurar soluções de grande escala que sirvam as cidades, porque é nas cidades que o ponteiro da circularidade vai mexer".