Semana Cultural nos Cemitérios

Em 1821 Nicolaus Berend Schlick doou à comunidade evangélica alemã de Lisboa um terreno para a implantação de um cemitério. 

Preciosas lápides funerárias de tempos idos, espelho duma história cheia de vicissitudes, são objeto dos mesmos cuidados dispensados às verdejantes plantas e flores. O cemitério alemão contrasta de forma amena com as monumentais avenidas de pedra dos grandes cemitérios centrais de Lisboa, surgidos mais tarde. 

Nestas visitas livres, os visitantes podem encontrar as mais notáveis e fascinantes figuras aí sepultadas e os monumentos de destaque.
 

Visita livre ao interior de locais de acesso restrito como a Cripta do Regimento de Sapadores Bombeiros, Jazigo de Ernesto de Seixas ou Jazigo dos Duques de Palmela, entre outros. 

Os visitantes circulam livremente pelo cemitério através de plantas disponibilizadas, indicando os locais abertos para visita. Em cada local as visitas são acompanhadas por elementos da Câmara Municipal de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A propósito do novo livro de Rafaela Ferraz, "Portugal de Morte a Sul", propomos uma conversa sobre o cemitério como espelho da sociedade. 

Diz-se que a morte é o grande equalizador, mas os cemitérios sugerem o contrário. A forma como são planeados, construídos, e ocupados reflete as sociedades que os criam: a diferença entre os jazigos monumentais e as campas rasas perpetua desigualdades no espaço, tal como a preservação de uns epitáfios em detrimento de outros perpetua desigualdades no tempo. Nestes contrastes, os cemitérios oferecem um olhar privilegiado sobre as vidas e mortes do passado, podendo até levar-nos a questionar as histórias que contamos sobre ele.

Visitas guiadas no cemitério, aproveitando a mudança de luminosidade para destacar elementos arquitetónicos e simbólicos nas construções através do uso de lanternas; oportunidade para conhecer o cemitério noutro contexto.

Conhecer o cemitério com outra luz. O jogo de sombras que começa ao pôr-do-sol e se estende pelo cair da noite, permite observar de forma distinta a arquitetura funerária. Imperdível, a vista panorâmica da cidade iluminada, o Vale de Alcântara e a Ponte sobre o Tejo.

Percurso temático que nos leva a conhecer um pouco da vivência do Poeta, das suas relações familiares, amizades e também dos seus amores e desamores.

Cemitério criado em 1717 pelo Cônsul Inglês Poyntz para sepultamento dos súbditos ingleses residentes em Portugal. Em 1723 os holandeses adquiriram uma parcela de terreno adjacente resultando, com as posteriores ampliações num espaço único. 

Nesta visita guiada, iremos conhecer as mais notáveis e fascinantes figuras aí sepultadas e os monumentos de destaque.

Após um passeio por alguns pontos do Cemitério dos Prazeres, vamos convidar as famílias a perguntar e responder sobre a morte; ou seja, a viver perigosamente. Sugere-se que a criança venha acompanhada de um adulto.

Aproveitando a luz do final da tarde, é proposto um percurso no Cemitério dos Prazeres, passando por algumas das mais emblemáticas obras do cemitério, com vista à captura de imagem.

Percurso subordinado ao tema da criminologia, ciência forense e da medicina legal, realçando a contribuição dos cemitérios para o seu desenvolvimento. 

Referência a figuras portuguesas relevantes neste campo durante o século XIX e primeiro quartel do século XX, como Rodolfo Xavier da Silva ou o Juiz Francisco Maria da Veiga. Destaque para alguns dos crimes e investigações que mais impacto tiveram na sociedade portuguesa da época como a censura da imprensa no Crime das Escadinhas da Mãe D’Água ou a metodologia inovadora empregue para identificar a vítima do Crime da Serra de Monsanto.

Inaugurado em 1897 já sob administração do município lisboeta, o Cemitério dos Olivais situa-se nos terrenos onde em 1674 se erguia o Convento de S. Cornélio, do qual se encontraram diversos vestígios, como as ruínas do pórtico. Aqui repousam algumas figuras como a Viscondessa dos Olivais, Francisco Alves Gouveia. Destacam-se ainda alguns jazigos com vários símbolos profissionais.

Trata-se de uma iniciativa internacional que tem como objetivo a consciencialização e a sensibilização para a realidade da morte, com o intuito de levar as pessoas “a aproveitarem ao máximo as suas vidas (finitas)”. 

Num espaço especialmente adequado, em diálogo aberto, sem suporte orientador fixo, nem moderador, acompanhado de chá e bolos, lança-se o desafio assumir a morte como tema central da reunião.
 

Convidamos o público a conhecer a história, a simbologia e a arquitetura deste monumento emblemático da cidade de Lisboa, assim como as personalidades nele homenageadas. 

Através de um percurso que cruza literatura, memória e identidade, propõe-se uma reflexão sobre a função simbólica do Panteão como espaço de homenagem coletiva e de representação nacional. Esta iniciativa está inserida num contexto de valorização do património cemiterial, e abre espaço para desmistificar a temática da morte, sublinhado o seu papel na construção da memória social.

“Nós ossos que aqui estamos”.
No âmbito da semana dedicada à arte cemiterial em Lisboa, o Museu de São Roque propõe uma abordagem histórica e simbólica à representação da morte no contexto religioso e artístico.

Através da análise de relicários e elementos tumulares, será possível compreender como a materialidade dos restos mortais se converteu em objeto de culto, memória e expressão estética. Os relicários e a tumulária presentes em São Roque revelam práticas devocionais que articulam veneração, sociabilidade, identidade e eternidade. Estas visitas pretendem valorizar o património funerário e religioso de São Roque, promovendo uma reflexão sobre a presença da morte na cultura visual e espiritual lisboeta.
 

Percurso subordinado ao tema da criminologia, ciência forense e da medicina legal. Referência a relevantes figuras neste campo durante o século XIX e primeiro quartel do século XX, como o Dr. Balbino Rego, diretor do posto antropométrico ou Eduardo Fernandes, o popular jornalista criminal Esculápio. Destaque para alguns dos crimes e investigações que mais impacto tiveram na sociedade da época como o caso da pintora Josepha Greno ou o assassinato do Capitão Vaquinhas pelos misteriosos Máscaras de Bronze, cujo processo nunca foi encerrado.

Entre novembro de 2024 e março de 2025, a CML fez um inventário da avifauna de dez cemitérios da cidade, tendo sido registadas 57 espécies. Em termos de riqueza, destacou-se o cemitério de Carnide, com 40 espécies. 

Nesta atividade, vamos descobrir a diversidade de aves residentes em Carnide, mas também de aves em passagem, na sua migração pós nupcial da Europa para África.

Percorrendo este cemitério implantado junto à Igreja de S. João Baptista em 1887 e sob administração municipal desde 1892, ficamos a conhecer alguns pontos de interesse, como a sala de entrada em estilo revivalista egípcio, o Talhão Islâmico, o Talhão dos Combatentes. Destacam-se algumas figuras de interesse histórico: Júlio Castilho, olisipógrafo; Maximiano Alves, escultor; Francisco Sá-Carneiro, 1º. Ministro; Snu Abecassis, editora; Carmen Dolores, atriz; Nuno Teotónio, arquiteto, entre outros.

Esta jornada convida a explorar a morte sob diferentes olhares — dos rituais e crenças às memórias, da arte ao património. Investigadores e especialistas partilham reflexões sobre cemitérios, túmulos, coleções museológicas e símbolos que marcam a nossa relação com o fim da vida.

A agenda detalhada pode ser consultada programa completo, no início da página.

A 30 de Novembro de 1935, falecia em Lisboa o poeta dos múltiplos rostos. 

Assinalando os 90 anos da morte de Fernando Pessoa, esta visita leva-nos a conhecer as últimas moradas de alguns amigos e outras figuras da época que se encontram no Cemitério do Alto de S. João, dando continuidade à visita homónima no Cemitério dos Prazeres que em 2018, comemorava os 130 anos do seu nascimento, a 13 de Junho de 1888. 

Neste percurso num dos mais belos cemitérios de Lisboa, iremos destacar, ainda, o 15º Aniversário do falecimento de José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998 e os 41 anos da publicação em 1984, da sua obra, “O Ano da Morte de Ricardo Reis” que reinventa a vida de Fernando Pessoa, nos noves meses seguintes à sua morte, sem esquecer algumas referências, a Camões e às comemorações dos 500 anos do seu Nascimento.

Percurso sobre o essencial da história do Cemitério do Alto de São João durante a Época Romântica e sobre os seus pontos altos. 

Para além das capelas tumulares e dos mausoléus mais aparatosos, seja pela sua área, altura, ou profusa ornamentação, serão também examinados alguns outros monumentos notáveis, não só atendendo a quem neles foi sepultado, mas também considerando detalhes menos visíveis, mas particularmente invulgares ou excepcionais, em termos artísticos ou simbólicos.

Num percurso entre jazigos e silêncio, o participante parte à descoberta das marcas da mitologia greco-romana no Cemitério do Alto de São João. Figuras como Orfeu, as Moiras, Esfinge ou Hermes reaparecem discretamente petrificados na arte tumular, evocando histórias milenares sobre a morte, o destino, a esperança e a eternidade. Tocha invertida? Coruja? Papoila dormideira? Caduceu? Verdadeiros ecos visuais de mitos antigos que ainda hoje moldam a nossa relação com o luto e a memória. Mais do que um olhar histórico, este percurso propõe uma leitura simbólica e poética da arte cemiterial, revelando como os antigos deuses, heróis e alegorias continuam a habitar os espaços onde lembramos os nossos mortos.

com André Ferreira

Começando no interior do mausoléu dos Visconde de Valmor e terminando no Mausoléu dos Benfeitores da Misericórdia, "Descobrindo o Cemitério do Alto de São João" leva os visitantes a conhecer alguns dos monumentos mais distintos e figuras históricas notáveis do local.

Ao longo do percurso, explora o rico simbolismo funerário e os estilos arquitetónicos do cemitério, que refletem as tendências outrora observadas em toda a cidade.

Sessão de encerramento da 4ª Semana Cultural nos Cemitério com lançamento do número especial do Boletim Cultural dos Cemitérios de Lisboa e SAVE THE DATE 5ª Semana Cultural nos Cemitérios. 

Inclui visita sobre a cremação em Portugal.