90 Anos PFM
A história numa linha do tempo
A ideia de arborizar a Serra de Monsanto nasceu no século XIX
Da autoria do engenheiro silvicultor José Maria de Magalhães e dos geólogos Carlos Ribeiro e Nery Delgado. A finalidade dessa arborização seria “abastecer a capital de lenhas e madeiras amenizando ao mesmo tempo aridez que nota o viajante quando entra no Tejo.” A ideia, no entanto, não chegaria a ser concretizada.
Criação do Parque Florestal de Monsanto
Surge por Decreto-Lei do ministro das Obras Públicas, engenheiro Duarte Pacheco. Para o efeito, seriam feitas as expropriações dos terrenos necessários (por utilidade pública) estabelecendo um prazo de seis meses para a elaboração do projeto. A reflorestação da zona ficou, de início, a cargo dos serviços florestais, até que a CML, a quem competia a concretização do projeto, criou os viveiros necessários.
Monsanto começou a ser plantado
Quando Duarte Pacheco acumulou as funções de ministro das obras públicas e também o de presidente da Câmara de Lisboa. É contratado o Arquiteto Francisco Keil do Amaral para o projetar e o Parque começa a ser uma realidade, inspirado nos bosques urbanos europeus. O projeto de arborização é da responsabilidade do Engenheiro Silvicultor Joaquim Rodrigo, sob a orientação do Engenheiro Silvicultor Jorge Gomes de Amorim, chefe do Departamento de Parques e Jardins da CML. A arborização da Serra de Monsanto não foi tarefa fácil, o trabalho quase todo manual recorreu a mão de obra variada, desde trabalhadores rurais a soldados e prisioneiros do Forte de Monsanto. Também a Mocidade Portuguesa participou nas ações de florestação de Monsanto, com a urgência que envolvia todo o projeto. As poucas árvores que existiam na Serra eram as da Mata de São Domingos de Benfica, as da Tapada da Ajuda, e ainda algumas oliveiras que ladeavam as estradas que dividiam os terrenos.
Realojamento dos ex-habitantes da Serra de Monsanto
Resultou no surgimento do Bairro da Boavista e mais tarde do Bairro do Caramão da Ajuda e na ampliação do de Caselas.
Década de 50
Diversos equipamentos e edificados chegaram até aos nossos dias, destacando-se os miradouros Moinhos do Mocho, Moinho de Alferes, Pedreira do Penedo, Luneta dos Quartéis, Parque Infantil do Alvito, Casa de Chá de Montes Claros e Clube de Ténis de Lisboa.
A título de curiosidade, a Pedreira do Penedo, uma entre várias, era de onde se extraía a matéria-prima para a crescente demanda urbanística da Lisboa da época.
Estão ainda ativos: o Parque Infantil do Alvito, projetado pelo Arq. Keil do Amaral nos anos 50, e requalificado entre 2003 e 2005, mantendo a estrutura inicial; o Miradouro moinhos do Mocho, que a partir de antigas estruturas desativadas, aproveitou dois moinhos para erguer o seu observatório; o Restaurante e Salão de Chá Montes Claros, que durante anos foi utilizado para o copo de água, oferecido pela CML às Noivas de Santo António. Hoje, o Salão Montes Claros é um espaço para eventos.
O Clube de Ténis de Lisboa, atualmente conhecido como Centro de Ténis de Monsanto é quase tão antigo como o parque florestal onde está inserido. O edifício tem assinatura do arquiteto Keil do Amaral e é um resistente da arquitetura do Estado Novo, está rodeado de natureza, numa atmosfera que nos convida a ficar.
Década de 70
A pressão urbana foi sendo cada vez mais forte sobre os terrenos do parque florestal até que nos anos 70 publicou-se em Dec. Lei nº 297/70, de 27 de junho, que ampliava o conceito de utilização pública do parque, promovendo a construção de recintos e instalações de recreio e de serviços de utilidade pública que visassem objetivos culturais, formativos e de informação.