Vale de Santo António
O QUE ESTAMOS A FAZER
A CML está a desenvolver a Alteração do Plano de Urbanização do Vale de Santo António.
UMA PERSPETIVA SOBRE O PASSADO
A história do Vale de Santo António está ligada ao Convento de Santos-o-Novo…
O que estamos a fazer
A CML está a desenvolver a Alteração do Plano de Urbanização do Vale de Santo António
Situado numa das poucas zonas a consolidar do Centro Histórico, entre a Graça e o Alto de São João, o Vale de Santo António constitui uma oportunidade, pela sua localização e dimensão, para a realização de um conjunto de intervenções de requalificação e de valorização deste território degradado e esquecido. Esta operação de grande escala terá uma execução faseada através de unidade operativas, num prazo previsto de 12 anos.
Com forte componente habitacional, o plano assume-se como agregador de várias vivências urbanas, assente no conceito da cidade dos 15 minutos, que pretende que todos os serviços e necessidades básicas dos moradores estejam à distância de uma deslocação de 15 minutos, a pé ou de bicicleta. Propõe-se, desta forma, melhorar o conforto e a qualidade de vida de quem habita a cidade, reforçando as dinâmicas de proximidade, criando espaços de encontro, reduzindo desigualdades no acesso a serviços e na utilização do espaço público e, simultaneamente, promovendo um maior envolvimento e participação das pessoas na construção da cidade.
O que vai acontecer
Visualização do projeto em simulação tridimensional onde pode explorar o espaço e a sua transformação. Visualizar
Vai nascer um novo parque urbano de dimensão expressiva e enquadrado pelo Tejo;
Vão ser construídas 2.400 habitações a preços acessíveis, o que levará para a área cerca de 6.000 novos habitantes;
Estão previstos espaços verdes de proximidade, praças e miradouros;
As encostas do vale de Santo António vão comunicar entre si;
Vai ser aumentada a rede ciclável (3 km);
Vai ser posto em prática o conceito da cidade dos 15 minutos;
Estão previstos vários equipamentos: centro de dia/ cuidados continuados, escola básica, creches e residência de estudantes.
Uma perspetiva sobre o passado
A história do Vale de Santo António está ligada ao Convento de Santos-o-Novo, das Comendadeiras da Ordem Militar de Santiago que teve o seu início no princípio do século XVII, para substituir um pequeno convento de Santos-o-Velho do século XIII.
O projeto ficou reduzido a um dos claustros (ainda assim, um dos maiores da Península Ibérica) e a uma igreja, hoje célebre pela decoração religiosa maneirista e barroca de talha dourada, embutidos de mármore florentino, pintura, e azulejos, destacando-se os que revestem as paredes e narram os passos da vida dos Santos Mártires.
Associado ao Convento, existiam também as hortas das comendadeiras e os terrenos que mais tarde seriam adquiridos para dar lugar a uma avenida (Mouzinho de Albuquerque) de ligação entre Santa Apolónia e a Morais Soares.
Com a extinção do convento no século XIX, foi convertido num dos «Recolhimentos da Capital», destinado ao acolhimento, em habitações individuais, de filhas e viúvas de militares. Passou nessa altura, a partilhar o espaço com duas Escolas Primárias, masculina e feminina.
O enquadramento urbano do Vale de Santo António é revelador de um desenvolvimento assimétrico da cidade: o vazio urbano deste território, correspondente à maioria da superfície do plano, foi ao longo de mais de um século – e de vários planos e iniciativas municipais – sistematicamente secundarizado, essencialmente pelos desafios acrescidos que a sua urbanização pressupunha. Desde finais do século XIX e ao longo do século XX, a ocupação deste território foi casuística e de expressão orgânica, genericamente com recurso a construções precárias.
Esta ocupação dispersa foi dando lugar, no segundo quartel do século XX, à ocupação por bairros de habitação social, como as várias gerações do Programa PER, ou a EPUL Jovem, mas sem que tenham sido ultrapassados os obstáculos orográficos, resultando, na atualidade, num território fragmentado.
Em 2012 foi aprovado um plano de urbanização para o Vale de Santo António que nunca foi executado.
Reconhecendo-se a importância de intervir neste território, reviu-se este plano, de forma a garantir a sua exequibilidade, em função da participação dos cidadãos e da oportunidade de alinhar o modelo urbano com as estratégias de adaptação climática e desenvolvimento urbano sustentável, direcionadas para a melhoria do ambiente e da qualidade de vida em geral.