Cidadania

Cidadãos de Lisboa apresentam propostas para melhorar o quotidiano da cidade

A 4.ª edição do Conselho de Cidadãos de Lisboa, dedicada ao tema “A Lisboa do Dia a Dia”, realizou-se nos dias 24 e 31 de maio, nos Paços do Concelho. Durante duas sessões, 50 cidadãos selecionados aleatoriamente discutiram formas de melhorar a experiência quotidiana na cidade, com propostas focadas em cinco áreas principais: espaço público, segurança, higiene urbana, mobilidade e multiculturalidade.


Na primeira sessão, os participantes foram acolhidos pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que destacou o papel ativo dos cidadãos na construção da cidade: “As pessoas querem participar. E se nós dermos essa oportunidade às pessoas, elas participam e fazem parte da família que é a Câmara Municipal de Lisboa”.

O segundo dia de Conselho de Cidadãos foi dedicado à apresentação das propostas. Entre as ideias discutidas estiveram medidas para reforçar a segurança, designadamente a melhoria da iluminação pública, o patrulhamento de proximidade e a instalação de bandas sonoras e pilaretes nas faixas BUS. Na área da higiene urbana destacou-se a sugestão de criar pontos específicos para reutilização de objetos volumosos, numa lógica de economia circular.

Os cidadãos sugeriram ainda que as juntas de freguesia tenham um papel coordenador na recolha e distribuição de excedentes alimentares e propuseram soluções para melhorar o acesso a casas de banho públicas, incluindo a instalação de unidades portáteis. Na área da multiculturalidade foi apresentada a ideia de ampliar a atual plataforma de emprego para imigrantes, incluindo serviços de apoio jurídico e cultural. Houve também recomendações para melhorar o espaço público e a criação de redes de voluntários para cuidar de jardins comunitários.

Carlos Moedas respondeu diretamente às propostas, elogiando o trabalho dos participantes e destacando a importância de algumas ideias para a estratégia do município. Sobre a reutilização dos imóveis escolares para atividades culturais fora do horário letivo, o autarca afirmou que “podemos começar com escolas secundárias e fazer experiências piloto. Há muitos edifícios fechados que podem ser aproveitados pela comunidade”.

O presidente sublinhou ainda a necessidade de uma abordagem mais coordenada entre serviços e parceiros, nomeadamente no combate ao desperdício alimentar, na gestão da higiene urbana e na integração de comunidades estrangeiras: “O que falta às vezes neste país é coordenação, planeamento e organização. As coisas, muitas delas, já foram inventadas, mas não estão feitas”, acentuou.

A sessão terminou com o compromisso da autarquia em analisar todas as propostas. Dez cidadãos serão eleitos pelos seus pares para acompanhar os serviços da CML em reuniões de trabalho. 

Desde a criação do Conselho de Cidadãos já foram apresentadas 12 propostas, das quais 10 estão concluídas ou em curso.

A edição contou com representantes de 15 áreas da Câmara Municipal e a presença de investigadores da London School of Economics, do Instituto de Políticas y Bienes Públicos (Madrid) e do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, no âmbito de uma parceria para avaliar o impacto do projeto.