Cultura

Estátua de Pai Paulino evoca presença africana histórica em Lisboa

Uma estátua em homenagem a "Pai Paulino", no Largo de São Domingos, e 20 placas toponímicas em várias zonas da cidade, assinalam a presença africana em Lisboa, entre os séculos XV e XX. O projeto foi promovido pela Associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu Portugal, com apoio do programa municipal BIP/ZIP.


Através de um financiamento da Câmara Municipal de Lisboa, a Associação Batoto Yetu uniu esforços com a historiadora Isabel de Castro Henriques, especialista em História de África, e com o Gabinete de Estudos Olisiponenses. Em 20 locais selecionados, jornalistas, médicos e líderes religiosos são agora recordados em placas toponímicas que perpetuam a memória da presença africana na cidade.

Umas das figuras homenageadas, Paulino José da Conceição (Pai Paulino) – com uma estátua do escultor moçambicano Frank Ntaluma, no Largo de São Domingos – nasceu na Bahia, Brasil, em 1798 e morreu em Lisboa, em 1869. Figura popular na Lisboa oitocentista, escravo liberto, foi defensor dos direitos dos negros, caiador de profissão, mas também toureiro e uma presença regular nas procissões da cidade. 

O Largo de São Domingos é, ainda hoje, ponto de encontro da população africana. Aí fica a Igreja de São Domingos, onde nasceu a Confraria da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que concedeu proteção e ajuda aos africanos durante anos.

A diversidade “é o maior ativo desta cidade”, salientou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, na inauguração das obras, a 13 de janeiro. “Temos de nos unir. Aqueles que acreditamos que a diversidade é a nossa maior força”, apelou.

Esta homenagem, "é para todos aqueles que lutam por um país de moderação, de diversidade, em que todos nos encontramos". Esta é "a grande beleza de Lisboa", concluiu Carlos Moedas.