Lisboa celebrou 51 anos de liberdade
Desfile na Avenida da Liberdade evocou conquistas democráticas
Ao longo da tarde, a Avenida da Liberdade foi preenchida por uma extensa marcha cívica que mobilizou muitos milhares de pessoas. Com cravos vermelhos ao peito, cânticos e palavras de ordem, os participantes evocaram o espírito da Revolução e as suas conquistas.
Este ano, o programa nacional de comemorações tem como eixo central os 50 anos das primeiras eleições livres em Portugal, realizadas a 25 de abril de 1975, bem como outros marcos fundamentais da construção do regime democrático. A evocação serviu também de pretexto para refletir sobre os desafios da democracia no presente e no futuro.
Corrida da Liberdade juntou desporto, memória e inclusão
Na manhã do feriado, decorreu a 46.ª edição da Corrida da Liberdade, com quatro percursos distintos, todos com chegada na Praça dos Restauradores. O evento desportivo, que se afirma também como um momento de celebração cívica, contou com a participação de atletas profissionais, amadores, famílias e pessoas com deficiência.
A edição deste ano homenageou o Tenente-General Manuel Franco Charais, figura central da Revolução, responsável pela libertação de presos políticos nos dias imediatos ao 25 de Abril.
Na prova principal, com 11 quilómetros, Rita Furtado e João Lopes venceram nas categorias feminina e masculina. O vereador do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa, Rui Cordeiro, destacou o simbolismo da iniciativa: “Esta não é apenas uma corrida — é uma expressão de liberdade partilhada, em que o desporto se cruza com a cidadania.”
Portas Abertas nos Paços do Concelho para receber milhares de visitantes
Durante o dia, os Paços do Concelho abriram portas ao público, permitindo a mais de três mil pessoas visitar o edifício-sede da Câmara Municipal de Lisboa. Com entrada livre, o percurso incluiu salas emblemáticas como o Salão Nobre e o gabinete do presidente, num gesto de aproximação entre a autarquia e os cidadãos. O presidente da autarquia, Carlos Moedas, esteve presente no evento, dando as boas vindas aos que ali se deslocaram neste dia.
O edifício atual, reconstruído após o incêndio de 1863, é um dos símbolos maiores da história política e institucional da cidade, tendo sido palco da proclamação da República em 1910. A iniciativa insere-se na política de transparência e valorização patrimonial do município, que mantém as visitas abertas ao público no primeiro domingo de cada mês, às 11h.