Martim Moniz
Um retrato sobre o presente
Conheça alguns dos indicadores sociodemograficos ou outra informação de natureza ambiental, mobilidade e infrastruturas.
Uma perspetiva sobre o passado
Aqui pode encontrar a evolução histórica deste lugar que remonta a 8 mil anos atrás com o povoado neolítico da encosta de Sant'Ana.
Retrato da zona que vai ser requalificada
Resumo de indicadores estatísticos no contexto da Praça
Lugares de estacionamento
720
lugares no parque estacionamento
Transportes
1
estação Metropolitano
6
paragens autocarro
Espaço rodovia
38%
espaço rodovia
Espaço ciclável
3%
espaço ciclável
Espaços verdes
9%
espaços verdes
Espaço pedonal
50%
espaço pedonal
posição central dentro da cidade, a poucos minutos a pé de espaços públicos de grande importância (Praça da Figueira, Praça do Rossio, Praça do Comércio, Frente Ribeirinha);
a Zona de confluência de distintos tecidos urbanos (Baixa Pombalina, Mouraria e zonas de mais recente construção);
Existência de dois eixos pedonais estruturantes: Eixo transversal das escadinhas (Escadinhas do Jogo da Pêla , - Escadinhas da Saúde).- Eixo longitudinal da Rua da Palma;
a Existência de elementos de agua;
Localização num vale (sistema de vistas, perspetivas e rooftops), destacando as vistas panorâmicas sobre o Castelo;
não existem bancos ou zonas de descanso;
Zona multimodal de transporte (autocarros, autocarros de turismo, tuk tuks, táxis, elétricos, metropolitano, automóveis, parque de estacionamento subterrâneo). O Martim Moniz é servido diversos tipos de transportes e localiza-se perto das terminais fluviais;
Forte carácter comercial (dois centros comerciais, comércio de proximidade nas ruas vizinhas).
tráfego rodoviário muito intenso dificultando circulação pedonal em toda a praça e poluição sonora intensa (a praça funciona como grande rotunda rodoviária);
insegurança pedonal nos atravessamentos da praça;
espaço pouco ensombrado. Estrutura arbórea insipiente;
poucas zonas de estadia e de encontro na placa central;
localização num vale (sistema de vistas, perspetivas e rooftops), destacando as vistas panorâmicas sobre o Castelo;
níveis de ruído viário muito elevados;
zonas pedonais com elementos desordenados e largura reduzida;
placa central da praça pouco acessível e difícil de atravessar; com acessos pontuais e por escadas na maioria das vezes;
deficiente acessibilidade à placa central a partir das áreas envolventes;
placa central sem qualquer oferta de equipamentos de lazer ou desporto;
monumento à Muralha Fernandina divide o espaço cria um obstáculo;
áreas para tomada de passageiros sobrecarregadas (elétrico 28E);
zona envolvente da Igreja de São Domingos degradada.
Informação sociodemográfica
A metodologia utilizada para a caracterização sociodemográfica constou do tratamento dos dados dos recenseamentos da população e habitação realizados em 2021, correspondentes às subsecções estatísticas contidas numa envolvente à Praça do Martim Moniz de 500 metros;
O Martim Moniz e a sua envolvente caracterizam-se pela sua multiculturalidade correspondendo ao local de Lisboa onde se articulam maior número de etnias e onde se podem encontrar mais exemplos de comércio relacionado com as culturas sul e sudoeste asiáticas. No entanto, o conhecimento desta realidade não pode ser aferido pelos dados dos recenseamentos e seria necessário recorrer a um inquérito específico.
Habitação
mais de 73% dos edifícios com função residencial de construção ou alterações anteriores a 1946 e 16,5% até 1980;
apenas 5,6% dos edifícios foram construídos entre 1981 e 2000 e 4,7% entre 2001 e 2021;
do total de edifícios com habitação 1.651 eram exclusivamente residenciais e 637 eram de outro tipo ou mistos;
a estrutura demográfica do Martim Moniz e sua envolvente rejuvenesceu face ao recenseamento anterior, muito à custa do aumento do peso relativo das classes etárias entre os 15 e os 64 anos.
dos 10.220 existentes (menos 351 que em 2011) 99,7% eram alojamentos familiares sendo que 36,6% destes, um número muito elevado, eram alojamentos vagos ou de residência secundária;
o modo de ocupação residencial era maioritariamente de alojamentos arrendados (63,7%), sendo que os proprietários residentes eram 29,5% do total de alojamentos familiares.
A média de ocupação era de 1,5 pessoas por fogo
Alojamentos da área do Martim Moniz em 2011
N | % | |
---|---|---|
Total de alojamentos | 10.220 | 100 |
Alojamentos familiares | 10.192 | 99,7 |
Alojamentos familiares de residência habitual | 6.456 | 63,2 |
Alojamentos familiares de residência habitual com proprietário ocupante | 1.907 | 29,5 |
Alojamentos familiares de residência habitual arrendados | 4.113 | 63,7 |
Alojamentos familiares vagos ou residência secundária | 3.733 | 36.6 |
Fonte: INE, Censos 2021
População
mais de metade da população total correspondia a população em idade ativa (62,3%);
no que respeita à distribuição etária, a população jovem (com idade igual ou inferior a 14 anos) representava 9,3% e a população idosa (idade igual ou superior a 65 anos) representava 19,4%;
por cada jovem com menos de 15 anos existiam quase 2,1 idosos, valor superior ao da média da cidade, que se situava em 1,8;
a estrutura demográfica do Martim Moniz e sua envolvente rejuvenesceu face ao recenseamento anterior, muito à custa do aumento do peso relativo das classes etárias entre os 15 e os 64 anos.
População da envolvente do Martim Moniz em 2021 por grandes grupos de idades
0-14 | 15-24 | 25-64 | 65 e + | Total | |
População % | 1.389 9,3 | 1.335 9 | 9.276 62,3 | 2.883 19,4 | 14,883 100 |
Fonte: INE, Censos 2021
constituída por 6.479 agregados domésticos, dos quais 3.220 (49,7%) são núcleos familiares;
51,3% dos agregados são constituídos por indivíduos aparentemente sem relação familiar.
Ambiente - Relatórios de caracterização
A Praça central do Martim Moniz tem uma grande extensão de área verde e implantação de arvoredo sobre a laje do Parque de Estacionamento subterrâneo.
As espécies arbóreas presentes nas zonas sobre laje são a Brachychiton populneus e a Quercus palustris. Sendo espécies muito distintas, têm também comportamentos distintos, sendo notório o grande declínio dos Brachychiton populneus em relação aos Quercus que se apresentam vigorosos.
As espécies dominantes presentes para além das acima descritas sãoCitrus x aurantium, Cercis siliquastrum, Pyrus calleryana var. Chanticleer.
Nº Total de Árvores – 86
Nº total de Arbustos - 167
Perfis transversais
Uma perspetiva sobre o passado
Lugar de fixação humana secular, a praça permanece fiel testemunha de diferentes tempos, pessoas e culturas. Em seu redor habitam, convergem e cruzam-se gentes e ideias.
A ocupação humana deste lugar remonta a 8 mil anos atrás com o povoado neolítico da encosta de Sant'Ana, situado na margem do Regueirão dos Anjos, no vale da Mouraria.
Somente a partir da Idade Média a fixação humana neste local se tornou mais significativa. No século XIV a área correspondente à praça atual era atravessada pela Cerca Fernandina (1373-1375), estrutura muralhada que delimitava a cidade e da qual ainda hoje restam vestígios na zona, como a Torre do Jogo da Péla e a Inscrição Comemorativa da construção da referida cerca.
No início da segunda metade do século XVI era aberta a Rua Nova de Palma, ocupando parte das hortas existentes e proporcionando uma nova zona urbanizada. Um século mais tarde (XVII) esta rua estendia-se para norte, crescendo em edificações.
O terramoto ocorrido em 1755 viria a afetar parte desta área - alguns edifícios do sopé sudeste da encosta de Sant' Ana ruíram ou sofreram danos graves, outros resistiram, como a Capela de Nossa Senhora da Saúde e a Igreja do Socorro.
No final do século XIX a cidade crescia em gentes e atividade. Os terrenos situados no vale, fronteiros ao bairro da Mouraria e ainda por ocupar, dariam lugar a quarteirões com ruas, pátios e becos, onde predominavam prédios densamente habitados. A proximidade deste novo aglomerado urbano ao bairro secular levou-o a ser identificado como extensão da antiga "mouraria" (designação do gueto destinado aos "mouros" expulsos do interior da cidade após a conquista cristã de Lisboa em 1147).
No século XX, entre 1930 e 1960, esta área torna-se foco do novo urbanismo civilizador, assente nos princípios de higienização e embelezamento, considerando a cidade antiga como um impedimento ao progresso. Uma política manifestada em duas décadas de profundas demolições deste conjunto urbano, maioritariamente construído um século antes, apenas pouparia o bairro da Mouraria e a capela de Nossa Senhora da Saúde.
Do vazio dos escombros surgia um vasto largo, então denominado Martim Moniz, um mito da reconquista cristã e figura conveniente à ideologia do Estado Novo. Este espaço seria parcialmente preenchido, na década de 50, com pavilhões pré-fabricados para atividades comerciais, paragens de autocarros e elétricos, e ainda um parque de estacionamento. Uma década mais tarde, em 1966, a rede de metropolitano inaugurava no subsolo do largo a sua 13.ª estação, então denominada Socorro (mais tarde Martim Moniz).
Entre 1950 e 1975 foram realizados vários estudos e planos para o Martim Moniz, integrados nos trabalhos do Plano Diretor de Urbanização de Lisboa. As propostas apresentadas seguiam as ideias europeias da época propondo grandes ruturas com o tecido urbano existente, edifícios monumentais e vias rápidas. Em 1994 o Plano Diretor Municipal de Lisboa define para o Martim Moniz uma Unidade Operativa de Planeamento e Gestão cujos objetivos serão implementados em 1997, tendo sido construído um parque de estacionamento subterrâneo e na sua superfície uma praça central com um sistema viário circular. Foi a construção desta proposta que transformou o lugar Martim Moniz na praça que conhecemos, sendo-lhe atribuído o topónimo oficial de Praça Martim Moniz por Edital de 15/12/1997.
Ao longo do presente século a praça foi palco de múltiplas iniciativas promovidas pelo município e dirigidas aos que a partilham diariamente ou que a visitam para esse fim, gerando, consequentemente, uma peculiar atração, novos usos, práticas e vivências.
Este é o espaço que desejamos vivido e reconhecido por todos, perpetuando a sua identidade histórica, para que juntos possamos desenhar uma memória no futuro da cidade.
Um retrato de antigamente
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Evolução do eixo
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Criação do topónimo "Rua Martim Moniz" atribuído pela Municipio de Lisboa.
Informação na área da Toponímia
Exposição “Praça Martim Moniz Da memória ao futuro”
Uma exposição sobre a praça