Casas Regionais
Casa do Concelho de Castanheira de Pêra
A Casa do Conselho de Castanheira de Pêra foi fundada em 1987, por um grupo de castanheirense residentes em Lisboa, para ser um espaço de acolhimento e convívio de castanheirenses que chegavam à capital. Conhecida no início por Liga dos Amigos de Castanheira de Pêra, a associação rapidamente conquistou o apoio necessário para adquirir um edifício em Arroios que, até hoje, lhe serve de sede.
Nesses anos, revive António Pedro Mendes, 63 anos, presidente da direção da Casa de Castanheira de Pêra desde 2015,
“não se podia ir como hoje, com tanta facilidade, a Castanheira, apesar de estar a 200 quilómetros de cá. E os castanheirenses juntavam-se aqui em almoços, em lanches, em petiscos”,
encurtando assim a distância da terra.
Ao longo dos anos, a Casa tem organizado eventos com o intuito de promover a interação entre os sócios, mantendo ativo o Rancho Folclórico Neveiros do Coentral e o Grupo de Cavaquinhos Fragas e Gestas, que, normalmente, representam Castanheira um pouco por todo o lado. De igual modo, a Casa promove e mantém vivas as tradições locais, de que foi exemplo recentemente um almoço dedicado ao mel de urze da Serra da Lousã, produto tradicional da região, que dizem ser “um dos melhores méis do mundo”, afiança o dirigente.
Os famosos barretes campinos
Também os barretes dos camponeses, tão típicos de Castanheira, não podem ser esquecidos:
“Os barretes são fabricados em Castanheira de Pêra, o único local com a única fábrica de barretes em Portugal e penso que até na Europa. É um produto único”, afirma orgulhoso. “Podemos fazer as coisas ligeiramente diferentes”, comenta António Mendes, “mas as casas regionais, no geral, são umas embaixadas das nossas terras em Lisboa”.
Frigorífico de Lisboa e do Reino
Muitos lisboetas conhecem Castanheira de Pêra, mas, provavelmente, poucos sabem que a região a norte do país foi, outrora, o “frigorífico de Lisboa e do Reino”.
À conversa com António Mendes, ficamos a saber que a região guarda uma história fascinante ligada aos poços de neve da Serra da Lousã, verdadeiras cápsulas do tempo, onde, durante os séculos XVIII e XIX, a neve era armazenada pelos “neveiros” e, depois, transportada para Lisboa para abastecer a nobreza da capital, que se deliciava “a comer gelados e a beber bebidas frescas.” Mais tarde, o Rei autorizou que se comercializasse essa neve que passou a ser vendida ao Martinho da Arcada, ao Café ‘O Gelo’ e a outros estabelecimentos da capital.
Está localizada na Rua Alves Torgo, 37, Arroios.