Casas Regionais
Casa do Concelho de Tomar
As crianças vieram de Tomar e fizeram desfilar a Festa dos Tabuleiros na Avenida da Igreja, em Alvalade. E isso foi o maior motivo de orgulho para todos os nabantinos ou tomarenses.
Fundada em março de 1943, a Casa do Concelho de Tomar é hoje um ponto de encontro importante para os tomarenses em Lisboa.
Ao longo dos anos, recorda Carlos Galinha, 58 anos, presidente da direção, a Casa enfrentou muitos desafios para encontrar um espaço próprio. Mas desde 1968, para felicidade de todos, encontra-se num edifício na Rua Flores do Lima, arduamente construído por fases. “Uma associação é algo que traz muito sacrifício pessoal, profissional, muita abdicação, e ter este imóvel é uma grande ajuda. Se não tivéssemos este imóvel, provavelmente seríamos como outras casas ou outras associações que acabaram por desaparecer, porque os sacrifícios e os encargos são muitos”, confessa.
O espaço pertencia a um sócio da Casa, José dos Santos, “que cedeu o terreno à Associação Casa do Concelho de Tomar pelo mesmo preço que o comprou, para que fosse possível começar a construir as instalações da sede da Casa do Concelho de Tomar”. A primeira pedra lançada foi lançada em 1968 e todos os sócios se empenharam na sua construção. É este imóvel que, atualmente, “é a pedra basilar para esta associação estar viva. Dá-nos gosto vir aqui, dá-nos gosto trabalhar aqui na nossa embaixada e promover Tomar em Lisboa. E também gostamos muito de convidar outras associações de Tomar para colaborar connosco”.
Em 1988, finalmente, a Casa obteve o Estatuto de Utilidade Pública, permitindo-lhe continuar a sua marcha “em progressão da defesa e valores do Concelho de Tomar”.
Desde a sua criação que a Casa tem promovido a cultura e as tradições de Tomar, aproximando, no mesmo espaço, conterrâneos e simpatizantes da Terra dos Templários:
“À época, nem todos tinham condições financeiras para se deslocarem a Tomar. Não nos podemos esquecer que as pessoas iam a Tomar de seis em seis meses, de ano a ano, e as pessoas vinham muito para aqui pela mão de outras pessoas que cá trabalhavam, nomeadamente pela construção civil.”
A divulgação da cultura popular da região faz-se através da organização de vários eventos, sejam culturais ou gastronómicos: “Fazemos jantares com ligação à nossa terra. Jantares temáticos onde convidamos produtores de Tomar para virem fazer exposições”, conta Carlos Galinha, recordando, como exemplo, o convite feito à Junta de Freguesia de Tomar de Asseiceira, que veio a Lisboa promover tradições culturais da freguesia. “Trouxe ranchos folclóricos, olaria e vários artesãos que puseram, literalmente, as pessoas com a mão na massa, a fazer potes. Trouxeram cozinheiros que fizeram a comida mais característica daquela freguesia e foi uma noite de promoção”, recorda.
A Casa destaca-se ainda pelas suas iniciativas de reconhecimento, como os galardões de mérito, criados para homenagear sócios que se distinguem na promoção da Casa e de Tomar. Além disso, realiza atividades culturais, como lançamentos de livros de autores locais, e mantém um forte vínculo com a comunidade de Alvalade, oferecendo apoio social e promovendo intercâmbios com outras associações de Tomar.
Está localizada na Rua Flores do Lima, 8, Alvalade.
Tomar a terra dos Templários
A cidade de Tomar tem uma ligação única e indissociável com a Ordem dos Templários, uma das mais poderosas ordens militares da Idade Média. Fundada no século XII, a Ordem surgiu durante as Cruzadas com a missão de proteger os peregrinos cristãos que viajavam para Jerusalém. Porém, com o passar do tempo, a Ordem expandiu o seu poder, riqueza e influência por toda a Europa, estabelecendo-se em Portugal em 1160, a pedido do rei D. Afonso Henriques. Tomar foi a cidade escolhida por Gualdim Pais, um dos mais célebres mestres templários, como sede da Ordem em Portugal.
Gualdim Pais recebeu a concessão de terras na região e fundou o castelo de Tomar, que se tornou o centro da atividade templária no país. A cidade e arredores passaram a ser administrados pelos Templários, que iniciaram a construção de um complexo fortificado, onde mais tarde emergiu o imponente Convento de Cristo, que é Património Mundial da UNESCO.
Embora a Ordem dos Templários tenha sito extinta, a herança dessa época continua viva em Tomar e nos tomarenses, onde a sua memória e lendas são celebradas até hoje.