Casas Regionais

A alma do país em Lisboa

As Casas Regionais em Lisboa são pedacinhos de memórias de cada terra, de norte a sul do país. São elas que, mantendo e promovendo as tradições e a cultura popular de uma região, contribuem para a diversidade cultural e social que caracterizam Lisboa. Das 36 casas regionais registadas na cidade, estivemos à conversa com seis. O regionalismo floresce nos bairros da capital.

As Casas Regionais em Lisboa desempenham um papel fundamental na promoção da diversidade cultural, celebrando as tradições, artes, ofícios e sabores de cada região. Desenvolvem atividades culturais, sociais e recreativas, preservando os usos e costumes das diferentes zonas do país. São mais do que embaixadas culturais, são pontes que ligam os lisboetas às suas origens e convidam todos a explorar a diversidade de Portugal sem sair da cidade.

Funcionando como locais de acolhimento e de encontro, as Casas Regionais atuam como um apoio para as comunidades locais, especialmente para aquelas que sentem necessidade de manter viva a sua identidade regional, mesmo estando longe das suas terras de origem. Além disso, têm um papel turístico muito importante, permitindo que os visitantes fiquem a conhecer as diferentes regiões de Portugal, de norte a sul do país.

Levar a terra na mala

Durante o século XX, Portugal vivenciou intensos processos de migração interna, principalmente do interior para as grandes cidades, como Lisboa, devido ao crescente processo de urbanização e industrialização.

A capital, que prometia trabalho e melhores condições de vida, tornou-se um ponto de convergência para pessoas das mais variadas partes do país, que, ao se estabelecerem na cidade, sentiam a necessidade de preservar as suas tradições e de manter laços com as suas terras de origem. Nesse contexto, surgiram as primeiras Casas Regionais como lugares de acolhimento e de divulgação cultural.

Inicialmente, as Casas Regionais em Lisboa tinham uma vertente mais prática, funcionando como locais de apoio e de solidariedade social para os migrantes. No entanto, ao longo do tempo, estas foram-se transformando em espaços culturais, onde as tradições de cada região são celebradas. Tornaram-se locais de intercâmbio cultural, onde se encontram os naturais das regiões, mas também os lisboetas e turistas, que têm a oportunidade de conhecer as tradições, a gastronomia e as festas tipicamente portuguesas.

Proteger as Casas Regionais

Lisboa acolhe 36 Casas Regionais, a maior parte delas integradas na Associação das Casas Regionais em Lisboa (ACRL), criada com o objetivo de “divulgar a nossa cultura, a nossa gastronomia, o nosso artesanato e a nossa maneira de ser, enquanto povos de diferentes regiões do país” que migraram para Lisboa “para desenvolver a cidade e a região de Lisboa”, esclarece Elísio Chaves, presidente da ACRL e também presidente da direção da Casa de Tondela.

Um regionalismo que veio para ficar e que sempre foi bem acolhido pelos lisboetas, não fossem eles também descendentes de quem noutros tempos deixou “a terra” para se estabelecer na capital: “Os lisboetas também têm uma terra. Uma terra para onde vão passar férias, para onde se vão divertir com a família, encontrar a família, os seus descendentes”, diz Elísio.

É também por isso, afirma, que todos deviam apoiar cada vez mais as Casas Regionais. De resto, declara, “nós temos uma identidade própria enquanto Casas Regionais”. O que só por si, afiança, seria motivo mais do que suficiente para que “fossem Património Mundial da UNESCO.”

A Câmara Municipal de Lisboa é parceira das Casas Regionais de Lisboa, cuja atividade impulsiona e divulga.

última atualização: 01.03.2025