Eixo Almirante Reis
Onde vamos intervir
A intervenção abrangerá um eixo com cerca de 2,9 km de comprimento, desde a Rua da Palma até ao topo norte da Praça Francisco Sá Carneiro
Inclui:
Praça do Areeiro;
Praça João do Rio;
parte da Alameda D. Afonso Henriques;
Praça do Chile;
Largo da Igreja dos Anjos;
Largo do Chafariz do Intendente;
todos os cruzamentos com as ruas adjacentes.
O início das obras de requalificação está previsto para 2027, quando se concluírem as obras do Plano Geral de Drenagem que irá, também, ter uma intervenção no eixo da Almirante Reis.
Atualmente o eixo da Almirante Reis tem
Resumo de indicadores estatísticos no contexto da Cidade
Organizações
30
organizações/coletividades de apoio social
Ocupação do eixo
60%
paragem e circulação rodoviária
28%
circulação pedonal
12%
canal ciclável
Estabelecimentos
300
estabelecimentos de atividade comercial
Lugares de estacionamento
350
lugares de estacionamento
Transportes
6
estações Metropolitano
23
paragens autocarro
Espaço rodovia
27%
usa automóvel particular
Espaço ciclável
1 200
bicicletas por dia na ciclovia
População
8%
população da cidade
Nacionalidades
90
nacionalidades
100
idiomas
é fortemente afetado por situações de temperatura elevada;
a arborização existente é insuficiente para minimizar os efeitos de temperaturas elevadas;
não existem passadeiras com acessibilidade universal;
a qualidade do ar apresenta valores não recomendáveis para a saúde pública, devido à intensidade do tráfego rodoviário;
apresenta níveis de ruído superiores aos previstos no Regulamento Geral do Ruído, para zona mista, no período noturno -Ln e diurno-entardecer-noturno - Lden (com os valores de referência Ln>55 dB(A) e Lden>65dB(A));
não existem bancos ou zonas de descanso;
60% do pavimento é utilizado para o tráfego rodoviário e apenas 28% para peões;
o percurso pedonal é frequentemente interrompido com obstáculos.
Relatórios, Plantas e Estudos - 2024
A caracterização e diagnóstico do espaço público do eixo da Almirante Reis - Parte I deste documento - abrange o conjunto da Rua da Palma, Avenida Almirante Reis, Praças do Chile e Areeiro e todos os espaços públicos confinantes, nomeadamente: o Largo do Intendente, o Jardim António Feijó, parte da Alameda D. Afonso Henriques e a Praça João do Rio. O documento inclui igualmente o processo de participação publica - Parte I.
O eixo possui 2.9km de comprimento e uma largura quase constante de 25 metros. A reduzida largura do eixo constitui uma grande condicionante ao nível da mobilidade e da acessibilidade pedonal. Apresenta um espaço viário limitado, com cerca de 13m de largura, e passeios relativamente estreitos com uma largura média de 3,5m.
Ao nível da Mobilidade constitui um eixo relevante de entrada e saída no centro da cidade e, paralelamente, a nível local, permite o acesso a cerca 11 bairros. Configura, em todo o seu comprimento, uma das radiais da cidade de Lisboa e, no troço entre a Febo Moniz e a Praça do Chile é atravessado pela 5ª circular. Este eixo constitui, ainda, um canal privilegiado de acesso ao hospital de S. José e aos hospitais da colina de Sant’Ana. A pista ciclavel percorre o eixo com perfil unidirecional entre o Martim Moniz e a Alameda D. Afonso Henriques e com perfil bidirecional no troço entre a Av. de Paris e a Praça do Areeiro. No troço unidirecional desenvolve-se ao centro do eixo viário em cada um dos lados do separador central. No troço bidirecional implanta-se no eixo viário junto ao lancil do passeio nascente. A pista ciclável apresenta deficiências graves em termos de segurança. A falta de segregação eficaz entre modos de transporte e a inexistência de medidas de proteção criam situações de grande vulnerabilidade para os ciclistas. A necessidade de melhorias urgentes é evidente para garantir um percurso seguro e confortável para os ciclistas.
A acessibilidade pedonal apresenta diversas limitações e constrangimentos. O eixo possui uma densa rede de transportes públicos e uma grande atividade comercial dando origem a uma densidade pedonal acentuada em alguns troços, em particular entre a Praça do Martim Moniz e a Praça do Chile e na zona da Alameda D. Afonso Henriques. A largura estreita dos passeios é agravada pela existência, quase continua, de bolsas de estacionamento automóvel e pela grande quantidade de obstáculos em todo o seu comprimento, como sejam a existência dos postes de iluminação ao centro dos percursos pedonais, a existência de esplanadas abertas e fechadas e de outros elementos – acesos ao Metro, caixas de concessionárias, sinalização vertical, bocas de incêndio, bancas de jornais, etc, - que dificultam a circulação pedonal. A acessibilidade pedonal universal não está assegurada em todo o eixo da Almirante Reis. O eixo carece de infraestruturas adequadas para pessoas com mobilidade reduzida. Esta situação cria barreiras significativas para indivíduos com mobilidade reduzida e limita o seu acesso a diversos espaços.
No eixo da Av. Almirante Reis existe uma complexa rede de infraestruturas de subsolo. Sob o eixo viário localiza-se a estrutura do metropolitano e nos passeios alterais encontram-se os coletores da rede de drenagem, a iluminação pública e as restantes concessionárias. A localização da rede de drenagem é responsável pela quase ausência de árvores nos passeios e pela consequente implantação da estrutura arbórea ao centro da via, sobre a infraestrutura do Metro. Esta plantação foi possível porque a infraestrutura do Metropolitano se encontra, em média, a cerca de 3m de profundidade relativamente à cota de superfície do pavimento.
A estrutura arbórea do eixo é caracterizada pela existência de um único alinhamento de árvores (tílias) no separador central, apresentando-se grande parte dos exemplares com um desenvolvimento/porte abaixo do normal. A quase inexistência de uma estrutura arbórea nos passeios é particularmente grave devido à orientação norte/sul do eixo da Almirante Reis que promove a formação de uma ilha de calor urbana, caracterizada por temperaturas significativamente elevadas. A ausência de arvoredo e de sombreamento adequado exacerba este fenómeno, tornando o ambiente urbano desconfortável e prejudicial à saúde dos residentes e visitantes. A falta de áreas sombreadas impede a criação de espaços de estadia e diminui a qualidade do ambiente urbano.
A ausência de zonas de estadia ao longo do eixo - bancos e áreas de repouso - limita a possibilidade de descanso ao longo do eixo. A presença de espaços dedicados ao repouso é essencial para promover o bem-estar dos cidadãos e incentivar a utilização do espaço público para atividades sociais e de lazer. A carência destas zonas compromete a função do eixo como um espaço urbano agradável e inclusivo.
- Caracterização e diagnóstico (parte 1)
- Caracterização e diagnóstico (parte 2)
Estudo de Mobilidade - Fase, caraterização atual
Fevereiro de 2024
Informação sociodemográfica
O eixo da Almirante Reis constitui um importante vetor de estruturação da Cidade de Lisboa, ligando, pelo lado nascente, o centro histórico às zonas de expansão da cidade a norte. Beneficia de uma rede de transportes e acessibilidade a diversos serviços e concentra um elevado número de unidades de comércio local.
A Avenida Almirante Reis e a sua zona envolvente regista a presença de comunidades de diferentes geografias (América do Sul, Ásia Oriental e Sudeste Asiático) o que se reflete numa evidente dinâmica cosmopolita e presença no território de diferentes heranças culturais.
A composição da população residente acompanha a influência dos períodos de desenvolvimento da própria avenida (e da Cidade) que inclui uma população idosa muito ligada ao êxodo rural dos anos 60 e comunidades oriundas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e também imigrantes indo-portugueses dos fluxos migratórios dos anos 70.
Por outro lado, a partir do final dos anos 90 fixaram-se aí também grupos de imigrantes oriundos da Europa de Leste e, mais recentemente, população oriunda de diversas zonas do Continente Asiático que tem fixado residência e atividade nesta zona da cidade contribuindo para a sua multiculturalidade.
A área de estudo (AE) definida em torno da Av. Almirante Reis tem cerca de 230 hectares, ou 2,3 km2, e uma densidade populacional de 18.360 habitantes por km2, mais do triplo da média da cidade.
Quando da realização dos Censos 2021, esta área totalizava:
uma população de 42.132 indivíduos, correspondendo a 7,7% da população do Município;
no que respeita à distribuição etária, a população jovem (com idade igual ou inferior a 14 anos) representava 10,6% e a população idosa (idade igual ou superior a 65 anos) representava 21,1%;
relativamente ao levantamento censitário anterior (2011) a população da AE teve um incremento de quase 4%, e se nos focarmos apenas nas subsecções que ladeiam a Avenida, houve um crescimento de 111,9%, passando de 3.339 indivíduos em 2011 para 7.074 em 2021.
São quatro as freguesias cujo território está parcialmente abrangido pela AE – Areeiro, Arroios, Penha de França e Santa Maria Maior.
Arroios é a freguesia que contribui com a maior parte do território incluído nesta área (1,3 km2) e também com o maior volume populacional – 24.912 habitantes, 59,13% da população da AE.
Como foi referido atrás, a densidade populacional desta área é bastante elevada, correspondendo a mais do triplo da média da cidade. De igual modo, tanto os edifícios como os alojamentos apresentam uma densidade por quilómetro quadrado com pesos semelhantes aos da população.
A densidade de edifícios atinge o valor de 1.547,8 por km2 e a de alojamentos é de 11.313,9 por km2.
Sistema de Mobilidade - Caraterização em 2023
O perfil transversal da avenida tem 25 metros de largura
Área afeta ao modo pedonal 28% - o canal não garante acessibilidade universal e apresenta uma imensidão de barreiras arquitetónicas. Nesta superfície está integrado ventilação do metropolitano, acessos ao metropolitano, canteiros, armários técnicos, sinalização suportes de bicicletas;
Área afeta ao canal ciclável 12% - a atual ciclovia surgiu de uma reserva de canal, em ambiente pandémico, não reunindo as condições ideais de mobilidade do ponto de vista da segurança rodoviária;
Área afeta ao canal rodoviário 38% - onde se realiza circulação de transporte Público e Privado, mas também a uso de estacionamento ilegal;
Área afeta aos diferentes estacionamentos legais 18%;
Área afeta ao separador central (eixo arbóreo) 4%.
Obstáculos à acessibilidade universal dos canais pedonais:
- diferentes larguras e falta de continuidade frequentemente interrompidas por obstáculos que obrigam a desvio barreiras com maior impacto: - respiradouros do metropolitano - os canteiros - caixas de infraestruturas - candeeiros de iluminação pública - falta de alinhamentos mobiliário urbano – esplanadas;
- falta de legibilidade;
- falta de informação / sinalização;
- materiais utilizados nos revestimentos impedem a acessibilidade universal;
- também se constituem como obstáculos à mobilidade de todos, e principalmente daqueles que apresentam condicionamentos motores, o tipo de pavimento, o mau estado e a conservação dos revestimentos;
- passagens de peões não cumprem as regras da acessibilidade universal;
- no Eixo da Almirante Reis existem:
- 89 passagens de peões com sistema de semaforização;
- 38 passagens de peões sem sistema de semaforização;
- distância média entre as passadeiras: 132 metros;
- distância mínima entre passadeiras: 60 metros (tempo de percurso médio a percorrer a pé cerca de 50 segundos);
- distância máxima entre passadeiras: 310 metros. (tempo de percurso médio a percorrer a pé cerca de 4,30 minutos).
- o canal ciclável da Avenida Almirante Reis (AAR) e Rua da Palma (RP) porque dispõe de pavimento confortável e seguro é utilizado por pessoas com mobilidade condicionada, por peões e por indivíduos que fazem corrida.
“Comparando valores de mobilidade da AAR com os da restante cidade constata-se que: Na AAR há um maior número de deslocações pedonais, um maior uso do metropolitano e um menor uso do automóvel. E ainda que a utilização de modos suaves pelos moradores das freguesias que envolvem a AAR é o dobro da maioria da cidade.” Fonte Indicadores IMOB2020
Segundo relatório do IST – Civil Engineering Research and Innovation for Susttainability (CERIS), Contagens de Ciclistas e Trotinetistas, Relatório da campanha de novembro de 2022, a variação do volume horário de ciclistas observados nas 4 horas de ponta comuns é a seguinte:
Local | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | |
H3 | Av. Almirante Reis / R. Pascoal de Melo | 26 | 33 | 30 | 79 | 135 | 153 |
H4 | Av. Almirante Reis / R. dos Anjos | 28 | 30 | 30 | 69 | 95 | 120 |
- a implementação da reserva de canal ciclável no eixo da AR induziu a um aumento significativo e contínuo do volume de ciclistas desde a sua implementação (início de 2020);
- segundo o relatório acima citado “Este continua a ser o eixo com maior e contínuo aumento utilizadores de bicicleta e trotineta desde a sua implementação...”;
- importa ainda referir que “O número de estafetas tem vindo a aumentar significativamente nos últimos três anos, principalmente no eixo da Av. Almirante Reis/ Av. Roma, Baixa / Av. da Liberdade, e no Eixo Central. A percentagem de estafetas de entre os ciclistas observados, foi de 13.2% em média (era de 9% em Outubro 2021), chegando aos 36%, entre as 19h e as 20h.”… (IST);
- dado o volume de utilizadores de velocípedes no eixo da AR verifica-se que os lugares de estacionamento dedicados a estes veículos são insuficientes;
- há duas estações de bicicletas partilhadas GIRA e 3 em artérias na proximidade;
- a avenida dispõe de um canal de circulação rodoviária por sentido com largura de cerca de 4.50 metros;
- o excesso de largura dos canais rodoviários torna possível o estacionamento irregular;
- o excesso de largura dos canais rodoviários torna possível a prática de excesso de velocidade fora das horas de ponta;
- os tempos de semaforização priorizam a circulação rodoviária ao longo do eixo durante todo o dia;
- a ausência de uma gestão adequada do tráfego no eixo, leva a que na envolvente haja um volume significativo de tráfego parado;
- com frequência acontecem ultrapassagens ocupando parcialmente a pista ciclável, situação que apenas deviam acontecer em circulação de emergência;
- o troço da Av. Almirante Reis entre a Rua Febo Moniz e a Praça do Chile faz parte de um dos eixos circulares da cidade (5ª Circular) onde se pretende fluidez na circulação rodoviária, evitando a circulação pelo interior dos bairros. Importa a este propósito referir que, no sentido sul-norte, o eixo circular da cidade (5ª Circular) não se apresenta em funcionamento, uma vez que a viragem à esquerda na Rua Febo Moniz não é permitida. Este facto obriga a que todo o tráfego que pretende continuar o trajeto na 5ª circular ou aceder pela AAR, tenha que fazer um desvio pelo interior de uma zona residencial, Rua Passos Manuel onde existe um equipamento escolar e um jardim público muito frequentado por crianças.
Apenas a Carreira da Carris 708 percorre o eixo em toda a sua extensão.
708 da CARRIS
As restantes carreiras apresentam as seguintes frequências nas horas de Ponta da manhã e da tarde nos diferentes troços é a seguinte:
Hora de ponta da manhã - HPM - (das 7 às 9 horas)
- E28, 708 e 734 - troço - Praça do Martim Moniz - Rua da Palma
total de percursos da CARRIS
- 31 sul/norte
- 29 norte/sul
708 - troço - Rua Andrade – Rua Pascoal de Melo
total de percursos da CARRIS
- 9 sul/norte
- 10 norte/sul
706, 708 e sentido sul/norte a 17B - troço- Rua Pascoal de Melo até à Praça do Chile
total de percursos da CARRIS
- 23 sul/norte
- 30 norte/sul
708, 717, 718, 735, 797 - troço - Alameda Afonso Henriques
total de percursos da CARRIS
- 57 sul/norte
- 57 norte/sul
708, 717, 718, 720, 735 - troço - Alameda Afonso Henriques-Praça do Areeiro
total de percursos da CARRIS
- 51 sul/norte
- 60 norte/sul
Hora de ponta da tarde - HPT - (das 17 às 19 horas )
E28, 708,734 - troço - Praça do Martim Moniz- Rua da Palma
total de percursos da CARRIS
- 32 sul/norte
- 33norte/sul
708 – troço - Rua Andrade – Rua Pascoal de Melo
total de percursos da CARRIS
- 9 sul/norte
- 9 norte/sul
706, 708 e sentido sul/norte a 17B - troço - Rua Pascoal de Melo até à Praça do Chile
total de percursos da CARRIS
- 21 sul/norte
- 18 norte/sul
708, 717, 718, 735, 797- troço - Alameda Afonso Henriques
total de percursos da CARRIS
- 51 sul/norte
- 48 norte/sul
708, 717, 718, 720, 735 - troço - Alameda Afonso Henriques-Praça do Areeiro
total de percursos da CARRIS
- 55 sul/norte
- 50 norte/sul
Relativamente às validações (viagens) no eixo, e tendo como referência o dia 4 de janeiro de 2023, (porque o IST está em período de exames, os valores fornecidos pela CARRIS poderão não corresponder a um dia típico, sendo expectável que haja uma maior procura em outros períodos do calendário) na hora de ponta da manhã, entre a Praça do Martim Moniz e a Praça do Areeiro, temos 774 validações e na hora de ponta da tarde, 1009 validações, tendo no total diário 6633 validações.
A carreira que dispõe de maior número de validações é a 708, que contabiliza 1708 validações nos dois sentidos no dia 4 de janeiro de 2023.
O estacionamento no eixo é permitido e regulado pela EMEL
Existem 350 lugares de estacionamentos à superfície, dos quais:
- 170 são lugares tarifados pela EMEL – “Rotatividade - A média no tempo de duração de estacionamento é de 1 hora” EMEL;
- 180 lugares reservados, que se distribuem da seguinte forma:
- 33 privativos;
- 60 cargas e descargas
- 23 tomadas e largadas de passageiros 12 pessoas com mobilidade condicionada 10 motociclos
- 16 velocípedes e hotsptot
- 26 outros
Também no eixo existem 707 Lugares de estacionamento em estrutura, distribuídos 3 parques de estacionamento tarifados.
Parque da Alameda - Empark: 498 lugares, dispõe de 150 lugares destinados a residentes em regime de avença. Está previsto instalar neste parque um bicicletário, numa área que correspondente a um lugar de estacionamento automóvel.
Parque da Praça do Chile/Rematar Ideias Unipessoal Lda.: 104 lugares.
Parque do Hotel Travel Park: 95 lugares.
Ensaio do percurso do eixo da avenida de sul para norte
realizados nos dias 14 e 15 de Fevereiro por equipa da DEPM
No dia 14 de fevereiro de 2023, foi realizado um ensaio que tinha como pressuposto percorrer o eixo da AR de sul (Praça do Martim Moniz) para norte (Praça do Areeiro) às 9.00 da manhã e às 16.45 da tarde, tendo-se registado os seguintes tempos de percurso:
- a pé 40 minutos em ambos os horários;
- de bicicleta elétrica 11 minutos em ambos os horários;
- de autocarro da Carris (708) 12 minutos, de manhã e 17 minutos à tarde;
- de metropolitano 10 minutos em ambos os horários;
- de automóvel 10 minutos de manhã e 20 minutos à tarde.
Ensaio do percurso do eixo da avenida de norte para sul
No dia 15 de fevereiro de 2023 fez-se idêntico ensaio, mas de norte (Praça do Areeiro) para sul (Praça do Martim Moniz) às 9.00 da manhã e às 16:45 da tarde, tendo-se registado os seguintes tempos de percurso:
- a pé 36 minutos em ambos os horários;
- de bicicleta convencional 10 minutos em ambos os horários;
- de autocarro da Carris (708) 15 minutos, de manhã e 13 minutos à tarde;
- de metropolitano 10 minutos em ambos os horários;
- de automóvel 13 minutos de manhã e 11 minutos à tarde.
A melhor forma de percorrer a AAR de acordo com esta experiência foi a bicicleta e de metropolitano.
Ambiente - Relatórios de caracterização
Caracterização do local e resenha histórica
Núcleo de arvoredo da Câmara Municipal de Lisboa
O estrato arbóreo é constituído por um alinhamento no separador central de exemplares da espécie Tilia cordata e Tilia platyphyllos, e 2 alinhamentos laterais, a poente e a nascente, com exemplares das espécies Acer platanoides, Liquidambar styraciflua, Populus alba bolleana, Populus nigra var. italica, Robinia pseudoacacia var. pyramidalis.
Os alinhamentos laterais apresentam grande descontinuidade, quer pelo perfil actual da avenida, quer devido ao progressivo abate de exemplares do género Populus sp. que se encontram em fase de senescência. Os exemplares do género Populus, os mais antigos da Avenida, apresentam na generalidade sinais de decrepitude, lesões resultantes de supressão de pernadas, muitas delas com cavidades que comprometem a estabilidade. No troço sul até à Praça do Chile os exemplares arbóreos dos alinhamentos laterais encontram-se maioritariamente localizados em canteiros sobrelevados.
Dos 48 pontos georreferenciados nos alinhamentos laterais, foram avaliados 41 exemplares, sendo os 7 restantes pontos referentes a árvores abatidas cujo estado na Base de Dados refere Caldeira vazia.
No separador central existem 257 caldeiras num alinhamento único, das quais 3 encontram-se vazias ou com cepo, tendo sido observados 254 exemplares do género Tilia sp.
As tílias, instaladas em caldeira no separador central, encontram-se condicionadas pela falta de solo disponível para o desenvolvimento radicular devido à presença de infra estruturas, nomeadamente o túnel do Metropolitano de Lisboa, tendo, no geral, o seu desenvolvimento de copa bastante inferior ao previsto para a espécie/género. Embora não seja previsível, nem espectável, que as copas destas árvores possam atingir a dimensão habitual de uma tilia e a que seria necessária para ensombrar as faixas viárias na totalidade, a presença deste alinhamento, tendo em conta o seu compasso apertado, constitui uma presença fundamental para a amenização climática nesta via, sem a qual seria intolerável, por exemplo, a utilização da ciclovia que o mapa das ilhas de calor urbano para Lisboa nesta zona tem características bastante negativas, como mostra a imagem da ilha de calor para Lisboa. É notório, pelo mapa que a arborização desta avenida é insuficiente para minimizar os efeitos de temperaturas elevadas.
A presença de uma arborização forte e saudável é um dos fatores que mais podem contribuir para a regulação e amenização do clima, alterando de forma positiva os efeitos negativos das alterações climáticas.
A falta de homogeneidade da arborização presente nos passeios laterais (arborização que é a responsável pela maior percentagem de área foliar) é um fator negativo que deve ser corrigido em futura intervenção desta artéria, já que no alinhamento central não há muitas possibilidades de melhoramento das condições de subsolo.
O presente relatório visa a atualização da caracterização acústica da Avenida Almirante Reis para uma avaliação mais detalhada.
O aumento da temperatura será a maior ameaça climática até final do século, com consequentes impactos na saúde.
A temperatura média de Lisboa aumentou cerca de 2ºC desde a segunda metade do século XIX.
As principais alterações climáticas projetadas para Lisboa até final do séc. XXI são as seguintes:
- Aumento da temperatura média anual (+1ºC a 4ºC);
- Aumento acentuado da temperatura máxima de outono (+2ºC a 5ºC);
- Aumento do nº dias com temperatura de 35ºC e de noites tropicais;
- Ondas de calor mais frequentes.
Na área em estudo e nos períodos mais críticos (situações de onda de calor e ao entardecer), a intensidade da Ilha de Calor Urbano poderá atingir os 2,0ºC a 3,5ºC, correspondendo ao diferencial de temperatura para a zona de referência, aeroporto de Lisboa.
Para a caracterização da qualidade do ar na Av. Almirante Reis, dada a inexistência de uma estação fixa de medição de qualidade do ar na zona, optou-se por proceder à realização de uma campanha de medição de qualidade do ar, que decorreu de 26/10/2022 a 09/11/2022.
Perfis transversais na atualidade
O presente ficheiro visa informar sobre os perfis transversais do eixo por tipo.
Uma perspetiva sobre o passado
Eixo de penetração originalmente constituído pelas ruas da Palma, Direita dos Anjos e Direita de Arroios, acabaria por ser fixado com o traçado hoje conhecido, sendo um testemunho atual de um dos principais acessos da periferia rural ao centro da cidade
O vale que desce do Areeiro até à Baixa é uma via natural que condicionou e determinou o desenvolvimento de toda a área adjacente.
O conhecimento arqueológico da área, embora ainda parco, atesta vestígios de ocupação pré e proto-histórica, no Largo de Santa Bárbara e na Encosta de Santana, a título de exemplo, assim como de outros vestígios de Época Romana e Medieval islâmica que remetem para uma ocupação antiga e multifacetada deste fragmento de território.
O vale era rico em água, conservando esse fenómeno na toponímia (Arroios, Fontainhas, Charca, Regueirão) e estando naturalmente destinado à prática da agricultura. Tinha também condições para a aglomeração populacional, o que acabaria por levar à criação de paróquias próprias.
A principal causa de aglomeração e de crescimento populacional desta zona terá sido o terramoto de 1755. Na sequência deste episódio catastrófico, foram instaladas, desde a Bemposta (Paço da Rainha) até Arroios, habitações precárias para alojamento da muita gente que ali se refugiou.
Também os palácios e os conventos foram, como noutros locais, polarizadores de crescimento urbano, destacando-se os exemplos do Convento do Desterro, Convento de Arroios (Companhia de Jesus e, posteriormente, das religiosas da Conceição de Maria), dos já desaparecidos Palácio dos Senhores de Pancas e do Palácio dos Condes de São Miguel/ Palácio dos Condes dos Arcos (no qual funcionou a fábrica de cerveja Leão).
No início do século XX, a cidade terminava em Arroios. Daí para Norte, a partir da atual Praça do Chile, na zona em que a Rua de Arroios entroncava com a Calçada de Arroios, com a Estrada da Charneca e com a Estrada de Sacavém, proliferavam os retiros, sobretudo ao longo desta última.
uma história em cinco partes
Evolução do eixo
Revista municipal - Ano 1 Nº 1